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Em dia de pessimismo, dólar fecha renovando máxima histórica nominal, a R$ 5,3270

Em dia de pessimismo global, o dólar seguiu a avançar sobre o real, pari passu em relação a moedas de países emergentes. Passou a barreira dos R$ 5,30 e fechou a sessão renovando máxima histórica nominal, a R$ 5,3270 (+1,15%), com alta acumulada de 4,40% na semana – a maior desde 24 de agosto de 2018 (+4,89%).

Uma hora antes do fechamento, o Banco Central vendeu um total de US$ 455,0 milhões em leilão à vista de dólares, com taxa de corte de R$ 5,3010. Mas, logo em seguida, o movimento de alta voltou a ganhar tração fazendo a divisa americana oscilar na marca dos R$ 5,32 até o fim da sessão.

Francisca Brasileiro, da Tag Investimentos, ressalta que uma parte da saída de recursos de países emergentes é explicada por um forte movimento no mundo para recomposição de reservas em dólares por parte de bancos centrais e governos de vários países. Ela nota que, desde a crise de 2008, as emissões referenciadas na moeda americana dobraram e isso puxa a demanda sendo uma das razões para a falta de liquidez que se vê globalmente.

“Os governos estão correndo para refazer suas reservas, inclusive a China, que vinha se desfazendo desde a guerra comercial, agora está recompondo”, afirma ela. “Muito embora exista uma disfuncionalidade no mercado de moedas, o lastro mundial ainda é dólar”.

Com relação ao real, ressalta Francisca, há questões que conjugam com a saída de capital de não-residentes do país nesse grande “voo para a qualidade”. De acordo com um levantamento da TAG Investimentos, 67% do movimento recente de desvalorização da moeda local pode ser explicado pelo “achatamento” do preço das commodities, que são impactadas pela guerra de preços do petróleo. “E as moedas de outros emergentes exportadores de commodities também têm sofrido com isso, como Austrália e Rússia tanto em termos de moeda quanto em relação a ativos de risco”, diz lembrando que o real sofre muito embora, entre a maior parte de seus pares o Brasil seja o que tem um dos maiores volumes de reservas internacionais. “Mas essa leitura conta menos em situações atuais como a de grandes fluxos que estamos vivendo”.

Francisca acrescenta ainda que, desde que o diferencial de juros foi reduzido, o real tem sido usado de uma forma diferente pelos investidores. Como é uma moeda muito líquida serve de funding para transações feitas com outras moedas.

Por Denise Abarca

Estadão Conteúdo

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