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Com Nova York e petróleo, Bolsa fecha em alta de 1,81%

Em alta que chegava a 3%, o Ibovespa limitou os ganhos no meio da tarde, em linha com Nova York, mas ainda assim conseguiu fechar o dia com avanço compatível ao de Wall Street, pelo peso das ações da Petrobras na composição do índice de referência da B3. A perda de fôlego decorreu das ponderações da Arábia Saudita à posição anunciada mais cedo pelos EUA, de que um entendimento entre sauditas e russos estaria a caminho para pôr fim à disputa de oferta, que deprimiu, desde o início de março, as cotações da commodity. No começo do mês passado, a Arábia Saudita anunciou descontos para clientes e aumento da produção de petróleo, em momento no qual a perspectiva para os ativos de risco já era pressionada pela crise do coronavírus.

Os preços da commodity estiveram entre os mais punidos desde o início do ano. Em 31 de dezembro, o contrato mais negociado do Brent, referência global, fechou a US$ 66,00 por barril, na ICE, tendo acumulado ganho de 23,9% no ano, enquanto a referência americana, o WTI, a US$ 61,06 por barril no fechamento de 2019, teve então sua maior apreciação desde 2016, em alta de 34,5% ao longo do ano passado.

Nesta quinta-feira, o petróleo WTI para maio fechou em alta de 24,67%, a US$ 25,32 o barril, na Nymex, e o Brent para junho avançou 21,02%, a US$ 29,94, na ICE, no que foi o maior ganho diário de que se tem registro (em porcentual) para ambas as referências.

Com peso combinado de 10,81% na composição da carteira teórica do Ibovespa, as ações PN e ON da Petrobras foram decisivas para que o índice da B3 permanecesse em terreno positivo no fechamento do dia, após duas perdas consecutivas. Assim, o Ibovespa fechou em alta de 1,81%, aos 72.253,46 pontos, tendo oscilado entre mínima de 70.956,84 e máxima de 73.861,00 pontos. Na semana, o índice cede agora 1,60% e, nas duas primeiras sessões de abril, 1,05%. No ano, a perda acumulada é de 37,52%. O giro financeiro da sessão totalizou R$ 23,3 bilhões. Em Nova York, os ganhos do dia ficaram entre 1,72% (Nasdaq) e 2,28% (S&P 500).

“O Ibovespa tem se mantido muito correlacionado a Nova York nas últimas sessões. Assim, quando perdeu força por lá, a Bolsa aqui veio junto. O peso da Petrobras na composição do índice explica o desempenho, que chegou a ser melhor do que o visto no exterior”, diz Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais.

Hoje, o governo saudita considerou exagerada a indicação do presidente dos EUA, Donald Trump, de que a produção poderia ser cortada em 10 milhões a 15 milhões de barris por dia. Mais cedo, o petróleo chegou a subir mais de 30%, com a sinalização dada pelo governo americano. No fechamento, o barril apontava ganhos ainda robustos, o que permitiu que Petrobras PN encerrasse a sessão em alta de 8,46% e a ON, de 8,59%, tendo ambas as ações chegado a avançar acima de 14% – mais cedo, foram colocadas em leilão. Limitando os ganhos em direção ao fim da sessão, Petrobras ON e PN acabaram sendo superadas na ponta do Ibovespa por Localiza (+10,30%), CVC (+9,04%) e Carrefour (+8,87%) – e também por Hypera (+8,49%), no caso da preferencial da petrolífera.

Por Luís Eduardo Leal

Estadão Conteúdo

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