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Venda de carros deve cair 40% este ano, projeta Fiat

O mercado de carros novos deve registrar um tombo de 40% neste ano em relação a 2019, segundo prevê o presidente para a América Latina da FCA Fiat Chrysler, Antonio Filosa. Para ele, mesmo que a pandemia da covid-19 seja controlada a partir do segundo semestre, muitos pequenos empreendedores e mesmo as famílias vão priorizar a recomposição financeira antes de decidir pela compra de um automóvel zero quilômetro.

O executivo também afirma que, em razão da crise provocada pela novo coronavírus, a empresa adiou projetos e investimentos previstos para este ano. “Nosso plano de investir R$ 16 bilhões até 2024 será estendido até 2025”, informa. O lançamento da nova picape Strada, considerada estratégica para a marca, estava agendado para abril mas só deve ocorrer entre junho ou julho.

Recentemente, a General Motors também afirmou que o investimento de R$ 10 bilhões para o período 2020-2024 foi adiado.

A previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), era de alta de 9% em relação aos 2,665 milhões de automóveis e comerciais leves vendidos em 2019. Nos próximos dias é provável que a expectativa seja revista.

Em março as vendas somaram cerca de 154 mil automóveis e comerciais leves, a maior parte ocorrida até o dia 20. Depois, com o fechamento da maioria das lojas e dos postos de emplacamentos, a média de vendas diárias ficou em 1 mil unidades. “Houve retração de 90% nos negócios a partir da segunda quinzena do mês”, diz Filosa. Em relação a fevereiro, a queda total foi de 20% e, na comparação com março de 2019, de 23%. No trimestre a retração é de 8,6%, para 531,7 mil unidades.

Foi o período em que se intensificaram as medidas de restrição e isolamento para evitar a propagação da covid-19 e quanto as montadoras suspenderam a produção e deram férias coletivas aos funcionários. Filosa acredita que as vendas continuarão em queda drástica neste segundo trimestre. “Abril deve cair 90% em relação a abril de 2019; maio deve cair 60% e junho talvez 50%”, prevê. “Nossa expectativa é que 2021 seja um ano de grande aceleração nas vendas.”

Mais paradas. Já prevendo que a crise vai se prolongar, montadoras começam a negociar a extensão do período de paralisação. A GM negocia com trabalhadores de suas cinco fábricas um período de lay-off (suspensão de contratos de trabalho) por até quatro meses após o fim das férias coletivas.

A proposta prevê redução de salário de 5% a 25%, dependendo da faixa salarial. O presidente do sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, também avalia com empresas e governo do Estado medidas a serem adotadas após o fim das férias coletivas na região. “É preciso pensar em alternativas, mas sem reduzir salários.”

Por Cleide Silva

Estadão Conteúdo

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