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Guedes defende equilíbrio entre isolamento social e o que economia aguenta

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu hoje um “equilíbrio” entre o isolamento social necessário ao combate ao novo coronavírus e “o que a economia aguenta”. Ele demonstrou preocupação com os impactos da quarentena sobre a atividade econômica, embora tenha demonstrado apoio ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Mandetta tem pregado o isolamento social como medida de contenção do avanço da doença no Brasil, em apoio à postura adotada por Estados e municípios e em contraponto ao presidente Jair Bolsonaro, defensor do chamado isolamento vertical – focado em grupos de risco e pessoas infectadas.

“Se deixamos abater também uma depressão econômica, o problema vai ser mais sério. Precisamos de um equilíbrio entre 1, 2, 3 meses que Mandetta acha necessário de isolamento e o que a economia aguenta”, disse Guedes em coletiva no Palácio do Planalto.

“Estamos sob orientação do ministro Mandetta, em isolamento, mas é absolutamente válido que o presidente faça alerta sobre onda (de impacto econômico)”, reforçou o ministro. Ele defendeu, por exemplo, a manutenção de rotas de transporte abertas durante a crise. “Enquanto a economia estiver oxigenando, vamos furando a primeira onda (de impacto na saúde) e de olho na segunda (impacto econômico)”, acrescentou.

Guedes disse ainda que o governo está focando medidas para as camadas mais vulneráveis, na tentativa de formar um “cinturão de proteção”. “Eles têm que saber que o governo está com eles”, disse.

Esse cinturão, segundo o ministro, precisa ser armado principalmente nas principais capitais, onde as aglomerações urbanas (como as favelas) são mais comuns. Nesses locais, a situação é de ainda mais fragilidade. “Você não sabe ainda a gravidade que a coisa (pandemia do novo coronavírus) tem. É preciso garantir a preservação da vida dos brasileiros”, disse.

O ministro disse que o governo já destinou um “valor formidável” às ações de combate à doença e seus impactos econômicos. “E estamos dizendo que podemos avançar mais”, afirmou.

Por Idiana Tomazelli, Julia Lindner e André Borges

Estadão Conteúdo

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