Categories: Economia

Dólar à vista tem maior alta no mês desde 2011 e fecha março cotado a R$ 5,1966

No mês em que o nível de incertezas sobre a recessão econômica global se exacerbou, o dólar encerrou o período com alta 16,03%, a maior desde 30 de setembro de 2011 (+17,94%). No trimestre, a moeda subiu 29,53% – o que não era visto desde os 33,33% de 30 de setembro de 2002. Analistas dizem acreditar que, para além de acompanhar a tensão e o movimento de busca por proteção no mundo, a dinâmica doméstica tem grande peso para a desvalorização do real. Assim, o dólar à vista encerra a terça-feira em alta de 0,31%, cotado a R$ 5,1966, o maior nível nominal da história. Durante o dia, o nível de volatilidade foi alto mais uma vez, fazendo a divisa americana oscilar entre R$ 5,1693, na mínima, e R$ 5,2148, na máxima.

Rodrigo Franchini, da Monte Bravo Investimentos, elenca como principal fator para os movimentos de alta, as fortes incertezas com relação aos impactos da pandemia de coronavírus na economia global. “Essa incerteza prejudica qualquer portfólio e a precaução é o dólar. Por mais que os bancos centrais estejam provendo liquidez, a demanda ainda permanece muito maior”, afirma.

Nesse contexto, outra incerteza agrava o ambiente, como os riscos que envolvem o preço do petróleo. Na visão de Franchini, o impasse entre os grandes players a respeito da produção aliado à redução da demanda por esse ativo energético, por causa ainda da crise causada pelo vírus, leva o investidor a prever que é um setor importante que não vai crescer e que, além do impacto sobre a moeda americana, também afeta o mercado acionário, dada a envergadura e peso que têm nas bolsas mundiais.

O sócio da Monte Brasil também afirma que questões domésticas agravam o movimento de alta. Primeiro, o ponto estrutural, que é o diferencial de juros. Esse menor diferencial acaba fazendo com que gestores retirem recursos do Brasil ou mesmo prefiram ingressar em outros emergentes que ainda estão com taxa de juros mais atrativas.

“Do ponto de vista conjuntural, a desarmonia entre os poderes também acaba pesando”, complementa, ressaltando que, mesmo que a crise com o coronavírus se dissipe, o quadro segue sendo de dólar para cima.

“O mercado está operando sem muito fundamento, basicamente na aversão ao risco com medo de que a coisa piore. Quando a bolsa reverteu, o pessoal correu para se proteger em dólar”, observou Durval Corrêa, sócio da Via Brasil.

Por Por: Simone Cavalcanti

Estadão Conteúdo

Recent Posts

JBS anuncia antecipação do 13º salário para funcionários do RS

A JBS anunciou, neste sábado, 4, que devido às consequências das fortes chuvas no Rio…

8 horas ago

Deputado quer prever em lei adiamento de concursos em casos de desastres climáticos como no RS

O deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) apresentou um projeto para prever em lei o adiamento de…

12 horas ago

Ministros voltam a Porto Alegre e governo faz reunião para atualizar ações de socorro ao RS

Os ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional)…

15 horas ago

CNseg pede que associadas adiem prazo de vencimento de boletos de seguros por chuvas no RS

Em meio às fortes chuvas no Rio Grande do Sul, a Confederação Nacional das Seguradoras…

15 horas ago

Quais são as cidades com mais bilionários no mundo? Veja as dez mais bem colocadas do ranking

De acordo com a lista de bilionários de 2024 da revista Forbes, divulgada em abril,…

15 horas ago

Grupo Pão de Açúcar vende imóveis de sua sede em São Paulo por R$ 218 milhões

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) afirmou na quinta-feira, 2, ter celebrado uma transação para…

15 horas ago