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Aéreas: rebaixamento de rating pela S&P e aporte do BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai apoiar as empresas aéreas em dificuldades por causa da crise gerada pela pandemia de coronavírus por meio de um sistema que envolve debêntures conversíveis. Dessa forma, as companhias aéreas Gol e Azul podem receber um aporte de capital através de compra de participações usando modelo que está sendo preparado para o setor.

As informações foram confirmadas pelo presidente do banco, Gustavo Montezano, em entrevista coletiva por videoconferência no último domingo (29). Segundo ele, o modelo deve ficar pronto em abril.

Montezano acrescentou que a BNDES Participações (BNDESPar) vai atuar de forma contracíclica e vai “estar aportando capital em empresas de setores específicos” que estão sendo alinhados com ministérios do governo federal. Montezano também confirmou a possibilidade de o modelo utilizado para as companhias aéreas ser replicado para o apoio a outros setores da economia afetados pela pandemia

Na última sexta (27), a agência de classificação de risco S&P Global havia rebaixado os ratings atribuídos à Latam Airlines, à Azul e à Gol e os manteve em observação negativa.

O rating de emissor de crédito na escala global da Gol foi reduzido de “B” para “B-”, enquanto a nota em escala nacional foi de “brA” para “BBB-”. Já a Azul teve sua nota de emissor de crédito rebaixada na escala global de “B+” para “B”. A nota em escala nacional passou de “brAA” para “brA-”

Preocupação e medidas

O setor aéreo atravessa um momento preocupante já que a rápida propagação do novo coronavírus (Covid-19) reduziu significativamente a demanda por viagens aéreas por um período imprevisível. Por isso, o rebaixamento dos ratings era questão de tempo. Entretanto, o apoio do BNDES via debêntures conversíveis não era esperado e, por isso, esperamos impacto positivo no curto prazo para as ações da Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4).

Montezano disse que as conversas com as empresas do setor aéreo têm sido intensas e aceleradas. Entre as premissas já definidas para as empresas aéreas estão, por exemplo, a liberação de recursos para operações exclusivamente nacionais das companhias e os recursos não poderão ser usados para pagamento de dívidas e credores financeiros.

Na semana passada, por conta dos efeitos da pandemia sobre a economia e o deslocamento de pessoas, as companhias aéreas brasileiras anunciaram um profundo enxugamento de rotas enquanto a retomada da demanda deve ocorrer apenas ao final do segundo trimestre de 2020 e de forma gradativa.

Um fator de alívio para as empresas aéreas seriam os preços do combustível muito mais baixos devido à queda do preço do petróleo, mas a maior parte das necessidades de combustível para 2020 já estava protegida por hedge, de forma que esse alívio é limitado para o ano.

Redação Mercado News

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