A melhora da percepção de risco sobre a crise do coronavírus definiu a trajetória dos juros futuros nesta quinta-feira, em que as taxas de curto prazo terminaram a sessão regular com viés de alta e as intermediárias e longas recuaram em até 50 pontos-base. Embora a pandemia do coronavírus esteja acelerando a uma taxa exponencial, como alertou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ação tempestiva de governos e bancos centrais nas últimas semanas, com artilharia pesada para suavizar os impactos sobre a economia global, tem conseguido acalmar os mercados e, no caso dos juros, promover uma desinclinação da curva.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 subiu de 3,409% para 3,490% e a do DI para janeiro de 2022 passou de 4,502% para 4,43%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 7,76%, de 8,263%.
Segundo fontes da área de renda fixas, a melhora da confiança na atuação dos governos acaba por amenizar o senso de urgência de cortes agressivos da Selic, o que explica o comportamento da ponta curta, que, vale lembrar, vinha caindo muito ultimamente, com a taxa do DI janeiro de 2021 ontem tendo renovado mínima histórica. “O conjunto de medidas que estão sendo adotadas reduziu a preocupação com o impacto do coronavírus e está favorecendo um ajuste nas apostas de novo corte de 0,50 ponto da Selic”, disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.
Segundo ele, para a decisão do Copom em maio, a precificação da curva é de -34 pontos-base, ou seja, 36% de chance de corte de 0,5 ponto na Selic atual de 3,75% e 64% de possibilidade de queda de 0,25 ponto. Em entrevista sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, negou a possibilidade de uma eventual decisão extraordinária de mudança na taxa básica, a exemplo do que foi feito por diversos bancos centrais. “Não há nenhuma razão para isso. Neste momento, a Selic está apropriada”, disse.
O G20 salientou hoje que já injetou mais de US$ 5 trilhões na economia global, como parte de políticas fiscais, medidas econômicas e esquemas de garantia direcionados para combater os impactos da pandemia. Após atuar num primeiro momento para injetar liquidez via sistema financeiro, agora as autoridades discutem a possibilidade de trabalhar diretamente com as empresas, o que traz algum alívio às preocupações com a explosão do desemprego, especialmente após a aprovação do pacote de US$ 2 trilhões ontem pelo Senado norte-americano.
No Brasil, há ainda grande expectativa em torno do chamado “orçamento de guerra” que o governo vai separar para as medidas de combate à epidemia. Ainda que o pacote represente uma forte deterioração nas contas públicas, no raciocínio do mercado é o que deve ser feito neste momento crítico. “Pensar em o quanto dessa deterioração será um problema fica mais para frente”, disse um gestor.
Por Denise Abarca
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