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Chance de estouro do teto da meta de inflação passa de 7% para zero, diz BC

O Banco Central indicou nesta quinta-feira, 26, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que, em seu cenário de mercado, a probabilidade de a inflação de 2020 ficar acima do teto da meta, de 5,50% é zero. No documento anterior, divulgado em dezembro, ela era de 7%.

O cálculo no cenário de mercado tem como base câmbio e Selic variáveis conforme a Pesquisa de Mercado Focus. Além disso, já leva em conta impactos da pandemia do novo coronavírus na economia brasileira.

Já probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2020, de 2,50%, passou de 23% para 46%.

No caso de 2021, a probabilidade de estouro do teto de 5,25% da meta foi de 9% para 7%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,25% da meta passou de 20% para 25%.

Para 2022, a probabilidade de estouro do teto de 5,00% da meta foi de 12% para 11%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,00% da meta foi de 16% para 17%.

Para 2020, a meta perseguida pelo BC é de 4,0%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 2,5% a 5,5%). Para 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 (taxa de 2,25% a 5,25%). Para 2022, a meta é de 3,50%, com margem de 1,5 (taxa de 2,00 a 5,00%).

Cenário de referência

O Banco Central informou que, em seu cenário de referência, a probabilidade de a inflação de 2020 ficar acima do teto da meta, de 5,50%, está em 2%. No documento anterior, divulgado em dezembro, ela era de 8%.

O cálculo neste cenário tem como base câmbio fixo a R$ 4,75 e Selic constante em 4,25%. Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2020, de 2,50%, passou de 21% para 33%.

No caso de 2021, a probabilidade de estouro do teto de 5,25% da meta foi de 13% para 12%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,25% da meta foi de 15% para 17%.

Para 2022, a probabilidade de estouro do teto de 5,00% da meta foi de 22% para 20%. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,00% da meta foi de 9% para 10%.

Choque no preço da carne

O RTI trouxe também um boxe sobre o choque no preço de carnes, citando que os valores dos contratos de preços futuros do boi gordo já retornaram a patamares semelhantes ao praticados antes do movimento de alta no fim de 2019.

Segundo o BC, até o dia 13 deste mês, os valores desses contratos ainda indicavam que os preços continuariam elevados ao longo de 2020, ainda que abaixo dos preços praticados no fim de novembro.

“No entanto, esses preços retornaram a patamares similares aos anteriores ao choque no dia 17 de março, repercutindo o grau de incerteza atual no mercado financeiro e, também, o impacto esperado da pandemia do novo coronavírus sobre a demanda”, completa o documento.

O boxe cita novamente que a inflação em dezembro de 2019 surpreendeu o BC e o mercado ao ser mais alta que o projetado e destaca que o oposto ocorreu em janeiro e fevereiro deste ano. O BC aponta ainda que os preços do boi gordo, do porco e do frango congelado no atacado acumularam em 2019, elevações de 40,5%, 53,6% e 18,3%, respectivamente.

“O momento e a intensidade do choque no preço de carnes – que refletiu em grande medida efeitos do surto da peste suína africana na China – estão entre os fatores mais relevantes para entender esses desvios nas projeções de curto prazo”, justifica o documento. “Como o choque se mostrou concentrado no quarto trimestre de 2019, as estimativas de seu efeito sobre a inflação de 2020 foram revisadas para baixo”, completa o BC.

Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues

Estadão Conteúdo

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