Empresas

Vale reforça o caixa

A Vale anunciou nesta terça-feira (24) que resolveu sacar US$ 5 bilhões em linhas de crédito rotativo, uma espécie de “cheque especial” mantido junto aos bancos, com objetivo de reforçar o caixa da companhia frente às incertezas da pandemia de coronavírus. Os recursos deverão ficar no caixa da companhia e poderão ser usados como capital de giro.

Uma outra iniciativa da Vale foi antecipar o pagamento de R$ 160 milhões para fornecedores de pequenas e médias empresas por serviços realizados e materiais entregues antes do vencimento das faturas. A medida deverá beneficiar mais de mil fornecedores de todo o país.

Segundo o diretor-executivo de finanças da companhia, Luciano Siani Pires, “O interesse da companhia é manter o ecossistema que gira em torno da Vale saudável para assegurar que, quando houver a retomada da atividade econômica, todo mundo esteja pronto para suportar essa retomada. A Vale tem todo interesse em manter saudável a sua cadeia de fornecedores porque depende dela para produzir e produzir bem”.

Para analistas, a notícia é positiva para a Vale e a sua imagem no mercado, mas não deve ter impacto no preço das ações (VALE3) no curto prazo.

É esperado impacto positivo no preço das ações da Vale nesta quarta-feira (25) devido à alta no preço do minério de ferro de 5,1 % na bolsa de Dalian, na China, a 93,69 dólares. O minério de ferro foi uma das commodities que menos oscilou durante os problemas enfrentados pelas economias globais na tentativa de combater o coronavírus.

A volatilidade pode gerar alguma pressão durante o pregão, já que todos estão esperando para hoje a aprovação do pacote de estímulos fiscais americano pelo congresso.

A Vale tem posição confortável de liquidez, com posição de caixa de US$ 8,2 bilhões, mas esse reforço de caixa US$ 5 bilhões veio em bom momento de restrição de liquidez e fechamento do mercado de capitais.

A dívida líquida da Vale é de US$ 4,9 bilhões, equivalente à metade (0,5) da geração de caixa anual medida pelo Ebitda, menor nível de endividamento da Vale desde 2008.

A dívida líquida “expandida”, que inclui provisões para Brumadinho e Samarco, arrendamentos e Refis é de US$ 17,75 bilhões.

Por último, especialistas destacam a importância do impacto no mercado da restrição de crédito às pequenas e médias empresas. A medida de redução de empréstimos compulsórios e possibilidade de empréstimos diretos aos bancos anunciada nesta terça-feira (24) pelo Banco Central é positiva para dar liquidez ao mercado de crédito corporativo.

 

Redação Mercado News

Recent Posts

Visões de Maria, estátuas que choram; veja novas regras do Vaticano para validar evento sobrenatural

O Vaticano revisou na sexta-feira, 17, o processo de avaliação de supostas visões da Virgem…

2 horas ago

Reguladores e setor bancário dos EUA devem focar em riscos mais críticos, diz diretora do Fed

A turbulência bancária ocorrida no ano passado nos Estados Unidos ilustra claramente que supervisores e…

6 horas ago

ABBC diz que redução no teto do consignado INSS prejudica bancos de menor porte

A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) afirma que as reduções do teto dos juros do…

19 horas ago

Governo enviará MP para flexibilizar lei de licitações em casos de calamidade, diz ministra

A ministra da Gestão, Esther Dweck, anunciou que o governo federal enviará uma Medida Provisória…

19 horas ago

AGU parabeniza 3 Poderes por ‘alto nível de diálogo interinstitucional’ sobre desoneração

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, comemorou na rede social X (antigo…

20 horas ago

Consulta pública para projeto rodoviário da Nova Raposo recebe quase 2 mil contribuições

A consulta pública do projeto da rodovia Nova Raposo, em São Paulo, contou ao todo…

20 horas ago