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Consumidores esperam inflação de 4,8% em 12 meses a partir de março, diz FGV

A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses caiu 0,2 ponto porcentual em março, para 4,8%, ante um resultado de 5,0% obtido em fevereiro, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve redução de 0,3 ponto porcentual no indicador.

“Após dois meses em 5,0%, a expectativa mediana de inflação dos consumidores retorna ao menor valor da série histórica, sugerindo que o aumento devido ao choque dos preços das proteínas, tenha se dissipado, principalmente nas duas faixas de renda mais baixas. Para os próximos meses, o cenário de incerteza causado pela epidemia de Covid-19 pode levar os consumidores a reverem suas expectativas, mas a tendência é que essa revisão seja para baixo, dado que as novas projeções para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, apurado pelo IBGE) têm sido cada vez menores”, avaliou Renata de Mello Franco, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Na distribuição por faixas de inflação, metade dos consumidores projetou em março valores abaixo da meta de inflação de 4,0% perseguida para este ano, 1,4 ponto porcentual a mais do que em fevereiro. Por outro lado, a proporção de consumidores projetando abaixo do limite inferior da meta de inflação, ou seja, uma inflação inferior a 2,5%, diminuiu de 4,9% dos entrevistados em fevereiro para 4,2% em março, a menor parcela dos últimos seis meses.

Na análise por faixas de renda, as famílias de menor poder aquisitivo diminuíram suas expectativas medianas para a inflação nos 12 meses seguintes. Entre as famílias com renda mais baixa, que recebem até R$ 2,1 mil mensais, houve queda na projeção de 6,3% em fevereiro para 5,9% em março. As famílias com renda entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil diminuíram as expectativas de 5,4% em fevereiro para 5,0% em março, o menor nível desde agosto de 2007. As expectativas de inflação entre as famílias de maior poder aquisitivo permaneceram estáveis em relação ao mês anterior, em 4,0%.

O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.

Por Daniela Amorim

Estadão Conteúdo

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