Economia

“BC está tomando medidas inéditas contra a crise”, diz Campos Neto

O Banco Central (BC) está tomando medidas inéditas contra a crise econômica provocada pela expansão da pandemia provocada pelo coronavírus, disse Roberto Campos Neto, presidente do BC. Campos Neto comentou a ata da 229ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que foi divulgada antecipadamente. A reunião reduziu os juros de 4,25% para 3,75% ao ano e a ata informou que, se a ociosidade econômica pode gerar uma inflação abaixo do esperado, fatores como a deterioração do cenário externo ou frustrações em relação à continuidade das reformas podem elevar os prêmios de risco e elevar a inflação.

Campos Neto revelou ao Mercado News que, em momentos como o atual, em que os mercados não estão funcionando corretamente, o custo financeiro para a empresa depende mais das condições do mercado do que do patamar da Selic. “Medidas estimulativas do BC, como baixar os juros, podem ter um efeito contrário ao pretendido pela autoridade monetária.”, disse ele. “Se a tranquilidade voltar aos mercados, a flexibilização monetária voltará a ser a mais importante”, disse ele.

Na avaliação de Campos Neto, a medida inédita de financiar os bancos com garantia nas carteiras de crédito das instituições financeiras, ainda em estudo, pode liberar até R$ 670 bilhões em financiamentos para a economia.

Campos Neto afirmou também que as mudanças nas regras de emissão de Letras de Crédito Imobiliário (LCI), a redução do compulsório sobre os depósitos a prazo e a extensão de linhas temporárias de liquidez visam aumentar a disposição do sistema em conceder crédito. O presidente do BC afirmou que o sistema financeiro brasileiro é sólido, tanto em termos de capital quanto em termos de aderência às determinações de Basileia.

A coletiva foi realizada sem a presença dos jornalistas. A apresentação de Campos Neto foi transmitida pelo canal do BC no Youtube e as perguntas respondidas pelo presidente foram enviadas por e-mail.

Claudio Gradilone

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