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Redução não afeta combate ao crime, afirma ministério

Questionados sobre a redução no número de prisões e operações em 2019, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal afirmaram que a variação não significa uma diminuição do combate à criminalidade.

O ministério, porém, argumentou que há problemas no quadro de pessoal. “De 2016 para cá, o efetivo da PF diminuiu em cerca de 10% devido a aposentadorias”, informou em nota ao Estado. “Isso tem sido uma preocupação constante, tanto que, em dezembro de 2019, cerca de 550 novos policiais federais foram nomeados. Ainda em 2020, outros 500, excedentes do último concurso, passarão a integrar os quadros do órgão.”

O ministério alegou ainda que mudanças nas normas internas da PF aumentaram exigências para que uma ação policial seja considerada “operação especial”, o que afetaria as estatísticas. Os dados publicados pelo Estado, porém, consideram tanto as operações especiais como as rotineiras. Outra alegação é de que ainda há muitas investigações em andamento. “Em meados de 2018, tínhamos cerca de 500 investigações em andamento. No começo de 2019, esse número era de 738. Atualmente, 781 investigações classificadas como operações especiais estão em andamento – um aumento de 56% em relação a 2018 e de cerca de 6% em relação a 2019 -, além de 273 operações simples.

A PF apresentou argumentação semelhante. “Não podemos esquecer que cada investigação tem seu tempo de maturação e que a deflagração da operação é apenas a etapa final de um trabalho que, em regra, dura meses.” Segundo o órgão, a redução na quantidade de operações se concentrou em determinados Estados. “Questões regionais ligadas a variações normais de fatores passageiros e momentâneos impactaram nos números finais”, diz a nota. A PF afirmou ainda que houve aumento de complexidade nas investigações em 2019. “Em 2018, foram cumpridos 6.971 mandados de busca e apreensão. Comparativamente, em 2019, esse número chegou aos 7.658 mandados, aumento de 10%.”

O impacto monetário do trabalho da polícia foi destacado. “Números também relevantes são os que se referem ao sequestro de bens em operações de combate a crimes ambientais. Enquanto esse valor era de pouco mais de R$ 62 milhões em 2018, atingiu os R$ 245 milhões ano passado.” Por fim, a PF afirma que não se pode falar “em prejuízo para o combate à corrupção”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Fausto Macedo / Colaboraram Daniel Bramatti e Marcelo Godoy

Estadão Conteúdo

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