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Gabbardo diz que governo vai começar a apresentar dados sobre leitos e pacientes

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, disse neste sábado (21) que o governo passará a informar nos próximos dias números consolidados sobre o aumento de números de leitos e a quantidade de pacientes internados por causa do novo coronavírus, incluindo dados sobre as UTIs. “Vamos passar a apresentar esses dados relativos a assistência”, prometeu.

Gabbardo disse ainda que as Forças Armadas apoiarão a instalação de hospitais de campanha. “Esse é um compromisso das Forças Armadas e do presidente Jair Bolsonaro”, completou.

O Ministério da Saúde atualizou há pouco o número de casos de covid-19 no Brasil. Com dados até as 17h de sábado, o número de infectados chegou a 1.128, distribuídos em todos os Estados, com exceção de Roraima. Já há 18 mortes causadas pelo novo coronavírus no País, um índice de letalidade de 1,6%. Com a transmissão comunitária em todo o território nacional, o ministério deixou de divulgar o número de casos suspeitos.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, muitas empresas estão doando equipamentos e insumos para a rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) para auxiliar no combate ao avanço do novo coronavírus. A Vale, mencionou ele, pretende doar kits para testes da doença. Diversas empresas doaram álcool líquido e em gel, além de leitos de UTI, acrescentou.

Segundo Gabbardo, o governo vai criar uma plataforma online para que todas as doações sejam públicas e para que haja prestação de contas. “Tudo isso vai ficar no sistema e já agradecemos”, afirmou.

Conforme o secretário-executivo, o Ministério da Saúde não é o responsável por fiscalizar cada unidade de saúde, ficando a cargo das secretarias estaduais e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Questionado sobre a subnotificações de casos no hospital Sancta Maggiore, ele respondeu que cabe à secretaria estadual de São Paulo tratar da questão.

Apelo

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, fez um apelo para que as pessoas sigam as recomendações das autoridades para reduzirem o contato social no enfrentamento ao novo coronavírus.

“As pessoas não podem esperar apenas o poder público. As pessoas terão que fazer a sua parte, com calma e tranquilidade. Não adianta ter pânico. Todos sabem que quanto mais tempo estivermos em casa, mais vamos diminuir a velocidade de transmissão da doença”, pediu.

Ele voltou a citar os esforços do governo para compra de novos testes, insumos e aumento de leitos de UTIs. “Poderá faltar máscara e equipamentos de ventilação mecânica, mas estamos fazendo um esforço muito grande. Vamos enfrentar essa doença com calma e tranquilidade. Todos os países vão ter problemas, nenhum país consegue passar pela pandemia sem dificuldades, e com o Brasil não será diferente”, reconheceu.

Ainda assim, segundo ele, o número de óbitos e internações podem se reduzir com a ajuda da população. “Está em nossas mãos. A população precisa entender que, com essas medidas, as pessoas não protegem só a si mesmas, mas também os seus familiares de maior idade. Esperamos que seja por pouco tempo”, concluiu.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, disse, ainda, que a pasta não tem como informar ainda a possibilidade de antecipação de recursos de emendas parlamentares para o combate ao novo coronavírus, mas que o assunto está sendo discutido. Segundo ele, isso precisa ser ainda debatido com a Câmara dos Deputados e o Senado.

Gabbardo ressaltou que a quarentena aplicada no Estado de São Paulo foi comunicada à pasta. Segundo ele, a aplicação de medidas semelhantes de outros Estados dependerá do avanço da epidemia e das decisões dos governantes locais.

Em relação à liberação de verbas para Estados, ele disse que, em dinheiro, estados receberam 2 reais per capita cada um.

Leitos

O secretário-executivo destacou que o Brasil está fazendo um grande esforço para aumentar a quantidade de leitos de UTIs, mas ainda está longe de países com sucesso no tratamento da Covid-19, como a Alemanha.

“A Alemanha tem quatro vezes mais leitos de UTI que a Inglaterra, e isso explica muito sobre a situação da Alemanha. A Alemanha provavelmente não terá dificuldades com respiradores devido à grande capacidade instalada. O Brasil se aproxima mais dos Estados Unidos, que já enfrenta escassez de máscaras e testes”, respondeu.

Gabbardo lembrou que a quarentena tem vigilância e policiamento para garantir a aplicação da medida, enquanto o distanciamento social é uma recomendação.

Por Eduardo Rodrigues, Anne Warth e Felipe Frazão

Estadão Conteúdo

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