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Doria diz que não haverá colapso na saúde no Estado de São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que o Estado de São Paulo e a capital não terão colapso no sistema de saúde por causa da pandemia do coronavírus. A declaração vai de encontro à avaliação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que disse ontem (20) que o sistema de saúde do País entraria em colapso até o fim de abril por causa do aumento rápido dos casos da doença.

Doria avaliou que a declaração de Mandetta talvez não tenha sido contextualizada da melhor forma, e disse, elogiando o ministro, que “bons líderes também podem cometer equívocos”. “Eu não assimilei o tema de colapso em São Paulo. Posso garantir que não teremos colapso na saúde do Estado e da cidade de São Paulo”, disse o governador.

O coordenador da equipe que combate a pandemia do novo coronavírus no Estado de São Paulo, o infectologista David Uip, disse que o foco do Estado é aumentar os leitos e melhorar a gestão e a prevenção para reduzir os números de infectados no Estado. “Minha avaliação é de que se não fizermos nada, aí teremos colapso.”

Na coletiva de imprensa em que o Estado declarou quarentena a partir de terça-feira (24), por 15 dias, até 7 abril, o secretário de Saúde, José Henrique Germann Ferreira, atualizou os números do coronavírus em São Paulo. São 396 casos confirmados, com 34 pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), e 15 óbitos. Há ainda 9 mil casos suspeitos. Os números levam em conta as informações até 18h de sexta-feira (20), horário de corte do Ministério da Saúde. A informação anterior era de 9 óbitos no Estado.

Segundo Germann, entre os seis novos óbitos relatados neste sábado estão quatro mulheres e dois homens, todos na capital. Uip também falou sobre o decreto estadual sobre regras de sepultamentos. Segundo ele, os óbitos não devem ir para o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) e nem para o Instituto Médico Legal (IML), a não ser que sejam casos de violência. “Os outros vão ser feito autópsia virtual, em que o médico que assina o atestado faz essa autópsia, e em seguida são feitos exames para detecção do coronavírus. Esse exame vai para Instituto Adolpho Lutz e o cadáver vai para o sepultamento. Nós estamos prevendo uma situação de despreparo se houver aumento do número de óbitos.”

Por Thaís Barcellos e Circe Bonatelli

Estadão Conteúdo

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