Economia

Após perdas, Bolsa fecha em alta superior a 2%; dólar fica acima de R$ 5

Em mais um dia de instabilidade durante a crise mundial, o dólar perdeu fôlego e diminuiu o ritmo de alta, mas ainda terminou o dia cotado a R$ 5,08, uma queda de 1,8%. Já a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, conseguiu recuperar parte das perdas nesta quinta-feira, 19, e fechou com alta de 2,15%, aos 68.331,80 pontos. O bom humor dos investidores é uma resposta à espera das novas medidas do combate ao novo coronavírus, que serão anunciadas pelo Ministério da Economia.

A moeda americana deu sinal de alívio depois que o BC anunciou mais um leilão à vista de dólares, em tarde de comportamento misto na comparação com outras moedas de emergentes. Enquanto isso, governos de estados também anunciavam algumas medidas para dar suporte às empresas neste momento em que o faturamento vai ser muito reduzido, como o do Rio de Janeiro que lançou linha de crédito de R$ 320 milhões aos micro e pequenos negócios.

O Ibovespa também apresentou resultados positivos nesta quinta. Às 15h33, o Ibovespa subia 3,70%, na máxima, aos 69.372,56 pontos, com Petrobras ON ganhando 14,30% e o barril do WTI subindo 21,80%, cotado a US$ 24,73. Em Nova York, o Dow Jones ganhava 1,89%.

Ajudavam a sustentar a Bolsa, uma correção expressiva dos preços do petróleo no mercado internacional, depois de o governo dos EUA anunciar a compra de 30 milhões de barris da commodity, e um ajuste, mesmo que comedido, dos índices de ações em Nova York.

O câmbio e o mercado de ações estão seguindo o forte “sobe e desce” dos mercados das últimas semanas. Na quarta-feira, 18, o valor do encerramento foi de R$ 5,19, uma disparada, sendo o recorde de fechamento nominal desde o Plano Real – descontada a inflação. Desde segunda-feira, 16, o câmbio se mantém de maneira firme acima de R$ 5, flutuando, pontualmente, na casa de R$ 4,90. Mas apenas na quarta o patamar superior a R$ 5,15 foi atingido.

O real tem se desvalorizado fortemente frente ao dólar em meio ao cenário caótico mundial, com Bolsas do mundo inteiro registrando fortíssimos momentos de “sobe e desce”, por conta da pandemia do novo coronavírus, causador da Covid-19. A moeda americana, para se ter uma ideia, já aumentou a cotação em quase 30% somente em 2020. No primeiro pregão do ano, no dia 02 de janeiro, o valor estava em R$ 4,01.

Na quarta-feira, 18, o valor chegou a atingir R$ 5,25, novo recorde nominal para negociações durante o dia, antes do fechamento. A primeira vez em que a marca de R$ 5 foi atingida foi na quinta-feira, 12. Após se recuperar um pouco, o dólar voltou a superar a marca na segunda-feira e não perdeu mais este patmar nos fechamentos. Chegou a cair para a casa dos R$ 4,90 pontualmente na segunda, mas o dólar logo voltou a ganhar força, se mantendo em R$ 5.

Bolsas no mundo
Na Ásia, mesmo com estímulos de vários países anunciados durante a madrugada, as Bolsas fecharam em queda generalizada novamente, no segundo dia seguido. O maior recuo aconteceu na Coreia do Sul, com um tombo de 8,39%, seguido de Taiwan (-5,83%) e Hong Kong (-2,61%). Houve quedas menos expressivas, mas também relevantes nos mercados asiáticos: Japão (-1,04%) e China (-0,98%). A China, inclusive, país em que a doença surgiu, em Wuhan, teve o primeiro dia sem registrar novos casos desde o início da crise. Apenas a Tailândia teve uma leve alta, muito tímida, de 0,06%. A Austrália recuou 3,79%.

Já na Europa, o início das negociações foi promissor, com países registrando altos ganhos, buscando se recuperar das fortes perdas do pregão anterior. Isso acontece após o Banco Central Europeu (BCE) anunciar, na noite de quarta, um novo programa temporário de compra de ativos no valor de 750 bilhões de euros. Mas, após a divulgação de sentimento das empresas da Alemanha, que sofreu a maior queda desde 1991, alguns mercados passaram a cair. Pouco depois das 7h, a Bolsa de Londres caía de 1,97%, a de Frankfurt recuava 0,66%, a de Paris tinha baixa de 1,51% e a de Lisboa estava em (-1,48%). Em Milão e Madri, os ganhos eram de 1,75% e 0,36%./ SERGIO CALDAS E FELIPE SIQUEIRA

Estadão Conteúdo

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