O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) caiu 4,4 pontos em março em relação a fevereiro. É o que aponta a pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 18, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Esse é o segundo recuo mensal consecutivo do índice, que já havia apresentado uma queda de 0,6 ponto em fevereiro.
Segundo a CNI, desde janeiro de 2010, quando o ICEI passou a ser medido mensalmente, o índice só caiu mais que quatro pontos em apenas outras três oportunidades.
“O Índice caiu 4,2 pontos em fevereiro de 2015 (início da crise econômica de 2015-2016), 4,8 pontos em julho de 2013 (reflexo das manifestações populares iniciadas em junho daquele ano) e 5,8 pontos em junho de 2018 (consequência da paralisação dos caminhoneiros, ocorrida em maio daquele ano)”, destaca a CNI.
Apesar da queda, o índice está em 60,3 pontos, o que mostra ainda confiança dos empresários e permanece acima da média histórica, de 53,8 pontos. A coleta de dados da pesquisa ocorreu entre os dias 2 e 11 de março, com participação de 2.420 empresas em todo o País. O indicador varia de zero a 100 pontos e valores acima de 50 pontos são considerados positivos.
“É importante observar que o índice permanece distante da linha divisória dos 50 pontos, o que ainda mostra a confiança dos empresários. Essa queda de 4,4 pontos foi muito elevada e, historicamente, só vimos essas grandes variações em épocas de crise. Por isso, diante do quadro atual, não é uma surpresa”, diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, em nota divulgada pela CNI.
O dirigente destaca que é “urgente” que o governo federal e o Congresso atuem em conjunto para implementar as medidas emergenciais e as reformas necessárias para que os efeitos da pandemia do novo coronavírus no desenvolvimento econômico e social do País sejam reduzidos e o Brasil possa voltar a crescer.
Com relação à composição do ICEI, os dois índices, que são o que mede as condições atuais e o de expectativas, tiveram queda em março, a exemplo do ocorrido em fevereiro.
A CNI destaca que em março as quedas são mais intensas. O índice que mede as expectativas com relação às condições atuais caiu 4,1 pontos, enquanto o Índice de Expectativas caiu 4,6 pontos. Os dois haviam apresentado queda de 0,6 ponto em fevereiro.
“A confiança se reduziu em março tanto pela piora na avaliação das condições atuais como pela queda no otimismo futuro. Destaca-se que a avaliação da economia brasileira, tanto presente quanto futura, piorou mais intensamente que a avaliação relativa à própria empresa”, diz o economista da CNI, Marcelo Azevedo.
Os índices relacionados à economia brasileira tiveram quedas de 6,2 pontos na avaliação sobre as condições atuais e de 5,9 pontos no caso das expectativas. Já os relativos à própria empresa apresentam quedas menores, mas significativas, de 3,0 pontos com relação às condições atuais e de 3,9 pontos com relação às expectativas futuras.
Por Equipe AE
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