Após o movimento de corte de juros por diversos Bancos Centrais no mundo na semana passada com o avanço da pandemia do coronavírus, os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 16, que a mediana das previsões para a Selic neste ano passou de 4,25% ao ano para 3,75%. Há um mês, estava em 4,25%.
Já entre as instituições que mais acertam projeções no médio prazo, denominadas Top 5, a estimativa para a Selic no fim de 2020 passou de 3,50% para 3,38% ao ano. Há quatro semanas, estava em 4,25%.
Considerando todos os participantes do Focus, a projeção para a Selic no fim de 2021 passou de 5,50% para 5,25% ao ano, ante 6,00% de quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção passou de 6,50% para 6,00%, ante 6,50% de um mês antes. Para 2022, passou de 6,50%, para 6,25%, ante 6,50% de quatro semanas atrás.
No Top 5, a projeção para a Selic ao fim 2021 permaneceu em 5,00%, ante 5,75% de quatro semanas antes. Para 2022 e 2023, as projeções para a Selic no Top 5 continuaram em 6,00%.
No início de fevereiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou a Selic em 0,25 ponto porcentual, de 4,50% para 4,25% ao ano. Foi o quinto corte consecutivo da taxa básica. No comunicado sobre a decisão, o BC havia deixado claro que não pretendia promover novo corte no encontro marcado para março.
“Considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho de 2019, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”, registrou o BC no comunicado da decisão.
No entanto, com as reações do mercado e de governos diante da propagação do coronavírus e seus possíveis impactos para a economia global, o Banco Central divulgou nota no dia 3 de março enfatizando que “monitora atentamente os impactos do surto de coronavírus nas condições financeiras e na economia brasileira”.
Ainda de acordo com a autoridade monetária, “à luz dos eventos recentes, o impacto sobre a economia brasileira proveniente da desaceleração global tende a dominar uma eventual deterioração nos preços de ativos financeiros”. Na avaliação de parte dos agentes de mercado, a afirmação reabriria as portas para um novo corte de juros na reunião do Copom marcada esta semana, nos dias 17 e 18.
Por Eduardo Rodrigues
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