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No Brás, a moda agora é usar máscara

Nos bairros do Brás e Pari, na região central de São Paulo, o cenário mudou em uma semana. Por causa de uma publicação no Facebook que avisa sobre supostos casos de coronavírus na região, lojistas e frequentadores afirmam que, desde segunda-feira, 9, a máscara se tornou acessório obrigatório.

A publicação diz que há dois casos nos arredores – um em um shopping popular na região da Avenida Vautier e outro em um condomínio do Pari. Agora, mesmo quem não viu a página cita o Shopping de Vautier como foco da doença. E, no burburinho das ruas, a população já inclui na lista de contaminação outros shoppings geridos pela mesma administração.

A administradora dos shoppings, Margareth Scordamaglio, diz ser “tudo mentira”. “Não somos crianças, temos 11 shoppings. Não teve nenhum caso (de coronavírus), nenhuma loja aqui fechou. O que aconteceu é que isso saiu em uma página na internet. Já estamos acionando um advogado para que eles retirem o post e digam de onde veio esta informação”, disse.

Na região, conhecida por agregar imigrantes de diversos países, a repercussão do suposto caso ganhou tons de preconceito. A página não dá detalhes sobre quem seriam os infectados. Mas a versão corrente é unânime: “foi uma chinesa”. À reportagem, pessoas que frequentam a região e preferiram não se identificar disseram que “foram os chineses que trouxeram isso para cá” e “por isso agora eles usam máscara”.

Segundo os dados oficiais, a capital tem 44 casos de coronavírus, mas não há detalhamento por bairro ou região. “Não damos detalhes de pacientes, até por uma questão de sigilo, para preservá-los”, informou a Secretaria Estadual de Saúde.

A preocupação fez com que donos de lojas instruíssem os funcionários a utilizar a máscara. “Estou usando máscara desde segunda-feira. Teve boatos de que tinha gente contaminada, meu patrão pediu para usar”, conta a vendedora Angélica Lopes, de 22 anos. A população local se divide entre quem adota todos os tipos de medidas de prevenção e quem diz que a situação está “tranquila”. No fim da tarde, é comum ver no Brás e no Pari gente que, saindo do expediente, logo tira a máscara.

Por outro lado, algumas pessoas só aceitaram conversar com a reportagem com dois metros de distância e, ainda assim, esticando o pescoço para trás. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Fernanda Boldrin

Estadão Conteúdo

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