As bolsas de Nova York fecharam em forte alta, ganhando fôlego nos minutos finais do pregão, nesta sexta-feira, recuperando boa parte das perdas com o tombo dos mercados no dia anterior devido ao pânico com a pandemia de coronavírus. O governo dos Estados Unidos anunciou emergência nacional em relação ao vírus, o que permite a liberação de US$ 50 bilhões para lidar com a epidemia. Nesse contexto, o setor bancário e o de tecnologia ajudaram a impulsionar os ganhos.
O índice Dow Jones fechou em alta de 9,36%, em 23.185,62 pontos, mas, na comparação semanal, houve queda de 10,29%. O S&P 500 subiu 9,29%, a 2.711,02 pontos, mas caindo 8,79% na semana. O Nasdaq avançou 9,35%, a 7.874,88 pontos, com queda de 8,17% na comparação semanal.
No setor corporativo, as ações da Apple dispararam após a notícia de que a companhia reabrirá todas as suas lojas na China, com os casos de coronavírus diminuindo no país asiático. Os papéis da companhia fecharam em valorização 11,98%. Ações do setor de comunicação e do setor bancário também puxaram alta nos mercados. O Facebook fechou com valorização de 10,23% enquanto as ações do JPMorgan subiram 18,01%.
No noticiário, a Reuters informou que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) dialoga com bancos sobre potencialmente relaxar sua supervisão, a fim de que eles possam atuar para apoiar os clientes prejudicados pelo coronavírus.
O mercado manteve a expectativa para anúncios vindos do governo americano, mantendo o bom humor nas bolsas ao longo do dia. A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, afirmou também a Casa iria aprovar um projeto de lei para a liberação de recursos, num raro entendimento entre governo e Partido Democrata. Em entrevista coletiva, contudo, o presidente Donald Trump disse que pode haver um acordo, mas também fez críticas à oposição no tema, dizendo que ela poderia fazer mais.
O mercado acionário permaneceu volátil e, pouco antes do fechamento dos mercados, Trump declarou emergência nacional ante o coronavírus. Ele disse que o país está em uma “fase diferente” do combate à doença e celebrou o fato de já ter nesta semana decidido interromper os voos entre os EUA e a Europa.
“A volatilidade histórica do mercado continua dominando os mercados financeiros, em meio ao escopo em expansão da crise do coronavírus”, afirma a Stifel em relatório enviado a clientes. Nesse quadro, a consultoria avalia que “o Fed provavelmente continuará sua campanha de corte na taxa de juros este mês, pelo menos em 50 pontos-base, atingindo o limite inferior a zero, porque as
condições atuais justificam um ação”.
Por Marcela Guimarães
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