Categories: Empresas

Associação de Empregados da Eletrobras acusa empresa de atrasar PDNG 2020-2024

A Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) acusa a atual diretoria da empresa de estar desrespeitando a Lei das Estatais, ao não ter aprovado até o momento o Plano Diretor de Negócios e Gestão (PDNG) 2020-2024, o que deveria ter sido votada no final do ano passado, como determina o artigo 37 da lei editada em 2016.

Conforme o parágrafo 1º do artigo 37, a “Diretoria deverá apresentar, até a última reunião ordinária do Conselho de Administração do ano anterior, a quem compete sua aprovação: I- o plano de negócios para o exercício anual seguinte; e II – a estratégia de longo prazo atualizada com análise de riscos e oportunidades para, no mínimo, os cinco anos seguintes”.

Segundo a associação, o objetivo de evitar aprovar um novo plano é sustentar o discurso do governo, de que a estatal não tem capacidade financeira para realizar investimentos e por isso tem que ser privatizada. Ainda de acordo com a Aeel, as subsidiárias estariam sendo pressionadas para reduzir os investimentos, a fim de sustentar a tese do governo, mas que estaria encontrando resistência do corpo técnico.

A estatal está na fila de privatizações do governo e o seu modelo de venda aguarda para ser votado no Congresso Nacional. Esta semana, a venda da Eletrobras foi incluída no ofício enviado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao Congresso, como uma das prioridades do governo, mas ainda não há data para que seja levada à votação.

Procurada, a Eletrobras ainda não respondeu sobre as acusações da Aeel.

A Eletrobras teve lucro de R$ 7,6 bilhões em 2019 e fechou o ano com caixa de R$ 12,7 bilhões. No último dia 5 de março, segundo a Aeel, a estatal recebeu a certificação de green bond, o que facilita o acesso ao crédito no mercado para financiar projetos.

Angra 3

A Aeel também criticou o fato do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ter sido contratado pela Eletronuclear para fazer a modelagem da licitação para a conclusão da usina nuclear Angra 3, já que o banco é credor da estatal, de uma dívida de R$ 3,5 bilhões e a contratação configura em conflito de interesses.

“Vamos acompanhar os próximos passos da direção da Eletrobras, notadamente sobre sua operacionalidade, em função da redução drástica do seu orçamento de custeio, especialmente no quadro de pessoal capacitado que, consequentemente, afetará a operação e a manutenção de todos os processos técnicos e administrativos financeiros”, afirma a Aeel na nota.

Contato: denise.luna@estadao.com

Por Denise Luna

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Vale, BHP e poder público pedem suspensão de ações sobre Mariana até 11 de outubro

Numa sinalização de que as mineradoras e o poder público estão perto de chegar a…

10 horas ago

Johnson & Johnson abre novo processo de falência em busca do fim de ações judiciais sobre talco

A Johnson & Johnson abriu um terceiro pedido de falência, acionando o capítulo 11 da…

10 horas ago

Presidente da Petrobras discutiu colaboração entre empresas com ministro indiano

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, se reuniu com o ministro de Petróleo e Gás…

13 horas ago

Segundo leilão de PPP da Sanepar termina na B3 com 3 vencedores distintos

O segundo leilão de parcerias público-privada (PPP) para serviços de esgotamento sanitário da Companhia de…

13 horas ago

Saneamento Consultoria arremata lote 1 de leilão, com oferta de R$ 5,17 e deságio de 24,85%

A Saneamento Consultoria, grupo formado pelas empresas Aegea, Perfin e Kinea, arrematou o lote 1…

13 horas ago

Iguá arremata lote 3 do leilão de PPP da Sanepar com oferta de R$ 4,75 e deságio de 26,24%

A Iguá Saneamento arrematou o lote 3 do leilão de parcerias público-privada (PPP) para serviços…

13 horas ago