A Cosan anunciou nesta segunda-feira, 9, o lançamento de uma nova empresa voltada a negócios de gás e energia elétrica, a Compass Gás e Energia. Ela reunirá os ativos da empresa nos dois segmentos e novas oportunidades de investimentos já identificadas.
O nome surge de uma comercializadora de energia elétrica adquirida recentemente e que tem licença para atuar com gás natural. A empresa incorporará também a distribuidora de gás natural do grupo, a Comgás, e outros projetos que vem sendo estudados, como um terminal de regaseificação de gás na Baixada Santista, em São Paulo, e um gasoduto de escoamento de gás produzido no pré-sal, o rota 4. “A Compass pode ser uma Cosan inteira embaixo da Compass”, disse o presidente da Cosan, Macos Lutz.
Em apresentação a analistas e investidores, durante o Cosan Day, em São Paulo, o diretor presidente da Comgás, Nelson Gomes, disse que os mercados de gás e energia estão em transição, com o aumento da oferta do insumo, principalmente a partir do pré-sal. Assim, mudanças regulatórias estão em andamento nas duas áreas.
A Compass terá quatro frentes de negócios complementares: infraestrutura, distribuição, geração de energia e comercialização. Em infraestrutura, ele destacou que o foco é o crescimento, por meio da construção de terminal de regaseificação em São Paulo e o Rota 4.
O terminal, de 14 milhões de metros cúbicos diários e investimentos estimados de US$ 120 milhões, tem expectativa de início de construção previsto até 2021, com a operação começando em 2023. Já o gasoduto Rota 4, com 280 quilômetros de extensão e capacidade licenciada de 21 milhões de metros cúbicos diários, tem investimentos estimados em US$ 2 bilhões, a ser executado com parceiro estratégico, a partir de 2024.
Em distribuição, além de iniciar uma nova fase de investimentos na Comgás, de mais de R$ 4 bilhões a partir do novo ciclo tarifário, a Cosan tem interesse em buscar outras áreas de concessão. Hoje, o País tem 27 distribuidoras, sendo a Comgás a maior delas, com mais de 50% dos clientes brasileiros. Grande parte das demais concessionárias é composta por estatais, que devem ser oferecidas ao mercado. “A Compass vai avaliar seletivamente algumas oportunidades de distribuição”, disse.
Gomes falou ainda sobre o interesse da companhia em participar do mercado por meio de futuros leilões de energia, com parceiros ou outros contratos de longo prazo. “Vemos crescimento da capacidade instalada de energia elétrica… As térmicas a gás devem triplicar seu volume”, disse Gomes. Segundo ele, a companhia tem estudado o segmento desde 2017 e agora se sente pronta para começar a conversar com parceiros, participar de leiloes de energia e testar sua competitividade.
Por fim, no segmento de comercialização, além de crescer em energia elétrica, no qual a Compass atua, a ideia é diversificar produtos no mercado livre, inclusive de gás natural.
Por Luciana Collet e Augusto Decker
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