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Após uma semana, buscas na Baixada entram na última etapa de resgate

Após sete dias de buscas por desaparecidos nos morros do Macaco Molhado e Barreira do João Guarda, no Guarujá, no litoral de São Paulo, o Corpo de Bombeiros chegou na última etapa de resgate usada para encontrar as vítimas. Chamado de tripé de salvamento, o procedimento une o trabalho de cães farejadores, bombeiros e máquinas. Os deslizamentos da semana passada após chuva recorde deixaram 42 mortos e 36 desaparecidos; 521 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas.

“O cão usa o olfato para delimitar a área, o bombeiro verifica se há indícios de que haja alguém no local e a máquina começa a retirar o entulho na tentativa de encontrar alguém”, explicou o porta-voz do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, capitão Marcos Palumbo.

Ao todo, seis cadelas, sendo quatro da raça pastor-belga Malinois e duas da raça labrador são usadas nos trabalhos de busca. Elas pertencem ao canil do 1º Grupamento do Corpo de Bombeiros do Ipiranga, em São Paulo, e trabalham em esquema de revezamento: três em um dia e três no outro.

“Quando a cadela vem ao terreno, ela trabalha de 15 a 20 minutos e descansa pelo menos o dobro para que tenha o faro apurado e volte para ajudar”, disse Palumbo.

Os animais estão auxiliando nas buscas desde o segundo dia após os desmoronamentos.

Segundo o capitão Palumbo, o objetivo é encontrar todos os desaparecidos, independentemente do tempo que levar. “Todo trabalho será desenvolvido. Todas as vítimas desaparecidas confirmadas serão encontradas. Tudo vai ser revirado para que a gente ache essas pessoas, mas com dignidade e humanização”.

Nos sete dias de resgate até agora, cerca de mil bombeiros do Estado de São Paulo ajudaram nas ações de salvamento realizadas na Baixada Santista. No Guarujá, segundo o Corpo de Bombeiros, a área de busca no morro do Macaco Molhado, onde três retroescavadeiras são usadas, equivale a um campo de futebol e meio, enquanto no morro da Barreira do João Guarda, onde cinco retroescavadeiras são usadas, equivale a cinco campos de futebol.

Sobre a necessidade de atuação do Exército nas áreas de resgate, Palumbo ressaltou que o Corpo de Bombeiros tem condições de realizar o trabalho de forma capacitada. “O Corpo de Bombeiros de São Paulo é cadastrado na ONU pra atender esse tipo de emergência. Podem até nos chamar para fazermos esse trabalho em outros lugares do mundo. Acho que não tem nenhum profissional tão capacitado como os bombeiros pra fazer uma atuação em uma situação como essa, tanto em operação desenhada, apoio, equipamentos e entrosamento de equipe”, ressaltou.

Por Lucas Melo, especial para O Estado

Estadão Conteúdo

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