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OMS vê risco de desabastecimento de remédios

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que monitora o potencial risco de desabastecimento de remédios e outros suprimentos médicos pelo surto do novo coronavírus que atinge mais de 80 países e territórios. No mundo já são 101.781 casos confirmados.

Ontem, o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que a falta de remédios é uma possibilidade não só pela alta na demanda de suprimentos médicos, mas pelo fato de a China ser um dos principais produtores de insumos para essa indústria. “A OMS concentra-se nos remédios essenciais para atenção básica e emergências”, disse ele.

Ghebreyesus afirmou que a organização está trabalhando com associações de indústrias, agências regulatórias e outros parceiros para monitorar esse risco de desabastecimento. Até agora, diz a OMS, não foi identificado nenhum risco iminente de falta de remédios, mas a entidade demonstrou preocupação com a situação de abastecimento de oxigênio medicinal.

“O acesso ao oxigênio medicinal pode ser a diferença entre a vida e a morte para alguns pacientes, mas já há escassez em alguns países, o que pode ser agravado por essa epidemia de covid-19”, declarou Ghebreyesus. Ele disse que a OMS tem um grupo de trabalho com fundações internacionais para aumentar o acesso ao oxigênio.

E ainda reiterou que não se vive uma pandemia, mas epidemias em alguns locais, e destacou novamente a importância de os países darem prioridade a medidas de contenção do surto, mesmo com aumento de casos. Segundo afirma, tornar a disseminação mais lenta pode salvar vidas ao dar mais tempo de preparação aos governos e sistemas de saúde. “Cada dia que conseguimos desacelerar a epidemia é um dia a mais que os hospitais podem se preparar, um dia a mais que os governos podem preparar profissionais para detectar, testar, tratar e cuidar dos pacientes, um dia que estaremos mais próximos de vacinas e tratamentos”, declarou Ghebreyesus.

Ainda ontem, o ministro da Saúde brasileiro, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a corrida pela compra de máscaras por países de primeiro mundo está “perturbando severamente” o abastecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para o Hemisfério Sul e países que não realizaram as aquisições. O ministro pontuou, por outro lado, que o nível local de abastecimento está bom, lembrando que o País está adquirindo máscaras.

Procurada nesta semana para falar sobre o assunto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que não há “evidências” de que os estoques de medicamentos no Brasil estejam sob risco “iminente” de desabastecimento. E a ideia é agir rapidamente em possíveis desabastecimentos. “Todas as associações representativas da indústria farmacêutica já foram contatadas.”

Registros

Até agora, há 101.781 casos confirmados, conforme levantamento atualizado pela Universidade Johns Hopkins. A China é o país com o maior número de casos registrados – 80.573 até o momento.

O número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus na América do Sul chegou a 30 nesta sexta-feira. Argentina, Brasil, Chile, Equador e Peru registraram casos do vírus, segundo informado pelos ministérios da Saúde desses países.

O covid-19 não fez nenhuma vítima na região e há apenas uma paciente internada em estado grave. O primeiro caso no Peru foi confirmado ontem: um homem de 25 anos que esteve recentemente em Espanha, França e República Checa.

Mesmo assim, grandes empresas na região começaram a se precaver. A direção mundial da FCA Fiat Chrysler enviou a todas as unidades do grupo recomendação para que executivos e profissionais de todas as áreas evitem viagens e utilizem mecanismos como videoconferência. O grupo tem duas fábricas de automóveis no Brasil, uma da marca italiana Fiat, em Minas, e outra da Jeep, em Pernambuco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Fabiana Cambricoli. Colaboraram Amanda Pupo, Cleide Silva, Márcia de Chiara e Mariana Hallal, com agências

Estadão Conteúdo

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