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Bolsas de NY fecham em queda com impacto de coronavírus e queda do petróleo

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta sexta-feira, 6, com aumento das expectativas de impacto maior do coronavírus na economia global, a medida em que o vírus chega a novos países e o número de infectados fora da China só aumenta. O índice de volatilidade Vix, considerado um “medidor de medo” em Wall Street, subiu mais de 20%. A queda forte no preço do petróleo também levou ações do setor para baixo, contribuindo para a queda nas bolsas.Perto do fechamento, no entanto, o ritmo de perdas desacelerou.

O índice Dow Jones fechou em quem de 0,98%, em 25.864,78 pontos, o Nasdaq caiu 1,87%, a 8.575,62 pontos, e o S&P 500 recuou 1,71%, a 2.972,37 pontos. Na comparação semanal, o Dow Jones subiu 1,79%, o Nasdaq avançou 0,10% e o S&P 500 teve elevação de 0,61%.

Os investidores acompanharam com mau humor a notícia de que não houve acordo entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para aprofundar um corte na produção, devido ao temor de queda de demanda pelo impacto do coronavírus. Os preços da commodity despencaram, pressionando ações de petroleiras. Destaque para Exxon Mobil, com queda de 4,83% e a Conocophillips recuando 4,97%.

Nem mesmo o bom desempenho do mercado de trabalho americano em fevereiro, com criação de vagas acima da expectativa (payroll) diminuiu o mau humor nos mercados, que manteve o coronavírus no foco. A disseminação do vírus nos EUA e na Europa, principalmente na Itália, Alemanha e Reino Unido compromete cada vez mais a perspectiva econômica, portanto, investidores liquidam seus ativos de risco buscando investimentos mais seguros.

Hoje a GAP, o Facebook e a Microsoft recomendaram que seus funcionários trabalhem de casa como forma de evitar a disseminação do vírus. As ações do Facebook fecharam o dia em queda de 2,20% e as da Microsoft recuaram 2,83%.

Em meio ao pessimismo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que há ao menos 20 vacinas sendo elaboradas em diversos países, assim como tratamentos em evolução contra o vírus de Wuhan. Embora não considere uma pandemia, a OMS afirmou que o número de casos de infecção já passou de 100 mil e que 47 países reportaram suspeitas nas últimas 24 horas.

De acordo com o ING, “o vírus, junto com seu impacto nas economias e nos mercados, apresenta um risco desconhecido e sem precedentes. As previsões econômicas são cercadas por ainda mais incerteza do que o normal”. Em relatório enviado à clientes o ING diz que a grande decepção vem por conta do momento do surto, que “ocorre bem na fase em que a economia global estaria prestes a ganhar tração novamente com a assinatura do acordo comercial entre EUA e China, impulsionando a indústria global”, o que agora está fora de perspectiva.

Por Marcela Guimarães

Estadão Conteúdo

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