Após três anos dedicados ao projeto de resgatar o interesse na produção de petróleo e gás natural em terra no Brasil, o coordenador de Áreas Terrestres da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), José Fernando de Freitas, anunciou que vai deixar o cargo, afirmando que “completou um ciclo” no órgão. O argumento é o mesmo utilizado pelo diretor-geral da ANP, Décio Oddone, que já anunciou também sua saída e aguarda a indicação de um substituto.
Em mensagem ao mercado, Freitas afirmou que encontrou um cenário “desolador” em 2017, quando chegou à agência, “com poucos e obstinados operadores independentes se debatendo contra muitos obstáculos ao desenvolvimento de suas atividades”.
Segundo ele, as dificuldades foram mitigadas com a implantação de medidas para atrair investidores para exploração e produção em terra.
O segmento perdeu atratividade para a Petrobras, dona da maioria dos poços terrestres, depois da descoberta do pré-sal. Entre as medidas tomadas pela ANP para suprir a lacuna deixada pela estatal está a criação de um banco de ofertas permanente de áreas.
Estão disponíveis para declaração de interesse 567 blocos com risco exploratório, localizados em 34 setores de 10 bacias sedimentares brasileiras.
Desse total, 497 blocos são localizados nas bacias terrestres do Espírito Santo, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas, Paraná, Parnaíba e Tucano, além de 70 blocos nas bacias marítimas de Campos, Santos, Sergipe-Alagoas, Ceará e Potiguar.
“Embora ainda restem muitos desafios por superar, também é verdade que não faltam atores, individuais e institucionais, para enfrentá-los. Agora mais fortalecidos pelas conquistas já consolidadas”, disse Freitas na carta de despedida.
A ANP confirmou a saída do executivo, mas não deu detalhes, afirmando que Freitas reafirmou a mensagem divulgada pelo executivo, onde diz que sua saída é “o fim de um ciclo”.
Por Denise Luna
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