Os temores de propagação do novo coronavírus fora da China fizeram o ouro registrar na segunda-feira, 24, o maior valor em sete anos, flertando com a marca de US$ 1.700 por onça-troy (medida usada nas negociações de alguns metais preciosos, equivalente a 31,1 gramas). Investidores buscaram a segurança do metal precioso, que chegou a ser negociado a US$ 1.691,70 no mercado futuro.
No fim da sessão em Nova York, o contrato de ouro para entrega em abril era cotado a US$ 1676,60 por onça-troy, alta 1,69%.
Por outro lado, os contratos futuros de petróleo fecharam em queda com o salto no número de casos de coronavírus na Itália e preocupações com a epidemia em países como Coreia do Sul e Irã, onde novos casos apareceram nos últimos dias.
Investidores também mantêm no radar a falta de consenso entre integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) sobre um corte mais aprofundado na produção do cartel.
O petróleo WTI para entrega em abril encerrou o dia em queda de 3,65%, a US$ 51,43 o barril na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para o mesmo mês cedeu 3,76%, sendo cotado a US$ 56,30 o barril na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
O aumento rápido de casos na Itália acendeu um alerta com temores de que o país possa ser o centro de um surto maior na Europa. Sete pessoas já morreram no país, e o número de infectados passa dos 200. A OMS considerou como “profundamente preocupante” o aumento de casos nos territórios italianos, iraniano e sul-coreano.
Em relatório enviado a clientes, analistas do ING apontam que os municípios afetados na Itália estão próximos de vizinhos economicamente relevantes, como Milão. “A principal preocupação será se o vírus pode ser contido sem afetar as atividades industriais e de serviços, no momento em que a economia italiana está flertando com outra recessão técnica.”
Já o alemão Commerzbank disse que, “se mais países e continentes são afetados pelo vírus, é provável que isso tenha efeitos de frenagem substancial na atividade econômica do bloco europeu. Uma demanda mais fraca por petróleo aumentaria ainda mais o excesso de oferta” existente no mercado.
“Há uma necessidade maior de que a Opep e seus produtores aliados reduzam a produção mais acentuadamente. No entanto, a aliança entre a Arábia Saudita e a Rússia parece estar pendente, aparentemente porque a Rússia se recusa obstinadamente a qualquer corte adicional na produção”, lembra Carsten Fritsch, analista do banco alemão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Francine de Lorenzo e Marcela Guimarães
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