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Taxas longas voltam a fechar em alta com exterior e cautela antes do carnaval

O mercado de juros terminou com taxas de lado nos contratos até o miolo da curva, enquanto as longas voltaram a fechar com alta moderada, mantendo o ganho de inclinação que se via ontem e também hoje pela manhã. Sem novidades no dia que pudessem alterar a perspectiva para a política monetária nos próximos meses, os curtos rondaram os ajustes, enquanto os longos seguiram pressionados pela aversão ao risco no exterior, que levou o dólar para R$ 4,40 nas máximas da manhã. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou em 4,185% (regular e estendida), de 4,195% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2022 passou de 4,671% para 4,68% (regular) e 4,69% (estendida). A taxa do DI para janeiro de 2027 subiu de 6,411% para 6,47% (regular) e 6,49% (estendida).

Na semana, a curva também manteve-se inclinada, com os principais contratos de curto e médio prazo mostrando estabilidade ou ligeira redução, em torno de 5 pontos-base ante os níveis da sexta-feira passada, enquanto os DIs longos tiveram ganho de cerca de 15 pontos-base.

Em função do feriado prolongado, quando os mercados externos funcionarão normalmente na quinta e sexta-feira e os negócios locais estarão suspensos, a sessão foi marcada por movimentos de zeragens de posição, especialmente na parte da manhã. “À tarde, o mercado esteve mais neutro”, disse o trader da Quantitas Asset, Matheus Gallina.

Depois da forte disseminação do coronavírus na China, começa a preocupar agora o avanço da epidemia pelo mundo, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertando para o crescimento do número de casos no Irã e Coreia do Sul. Ao mesmo tempo, grandes empresas já acusam os efeitos sobre sua produção e demanda, o que vai dando ao investidor a dimensão dos estragos. No Brasil, nos últimos dias várias instituições revisaram suas estimativas para o crescimento este ano para perto de 2%.

“O mercado teve um dia de mais cautela porque vai para o feriadão. Embora considere que o risco de queda nos juros não seja muito elevado, a ponta longa começa a embutir o risco de a aversão externa pegar no câmbio e na inflação. Mas é algo incipiente, não aposta firme”, disse André Alírio, operador de renda fixa da Nova Futura.

Internamente, a agenda trouxe apenas os indicadores do setor externo em janeiro, que não chegaram a afetar diretamente a curva, mas as questões políticas continuam no radar. Nas taxas, rumores sobre uma possível saída do ministro da Economia, Paulo Guedes, que estaria com o cargo em risco por causa da fraqueza da economia, ainda não chegam a fazer preço, mas também não estimulam a tomada de risco. “O mercado reagiu até de forma tranquila ao que foi visto mais como ruído do que risco. Pegou um pouco nas inclinações”, disse o trader da Quantitas Asset, Matheus Gallina.

Por Denise Abarca

Estadão Conteúdo

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