A atividade industrial está mais aquecida neste início de ano, na comparação com os últimos quatro anos. É o que mostram os dados da Sondagem Industrial, divulgada nesta quinta-feira, 20, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice que mede a evolução da produção ficou em 49,9 pontos em janeiro, próximo à linha divisória de 50 pontos. Em dezembro de 2019, esse indicador foi de 43,8 pontos e, em janeiro do ano passado, de 49,3 pontos.
Pela metodologia da pesquisa, valores acima de 50 pontos indicam aumento da produção e abaixo, queda da produção.
“Usualmente, o índice fica abaixo da linha divisória em janeiro, ou seja, mostra queda da produção na comparação com dezembro do ano anterior”, analisa a pesquisa. Com o indicador tão próximo dos 50 pontos, a CNI considera estabilidade na produção industrial.
O índice de evolução do emprego também mostrou estabilidade, ficando em 49,7 pontos, o mesmo registrado em janeiro do ano passado. Em dezembro, esse indicador foi de 48,7 pontos.
Já nas grandes empresas, destaca a CNI, os dois indicadores ficaram acima dos 50 pontos. Se consideradas apenas empresas de grande porte, o índice de produção ficou em 52,5 pontos e o de emprego, em 51 pontos.
A pesquisa também revela que o índice de evolução do nível de estoques da indústria em relação ao planejado ficou em 49,1 pontos em janeiro. Esse foi o terceiro mês consecutivo em que o indicador ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos, mostrando que os estoque estão inferiores ao planejado pelos empresários.
“Tomadas em conjunto, as informações da Sondagem Industrial de janeiro sugerem uma atividade melhor do que a registrada nos meses de janeiro dos últimos quatro anos. Adicionalmente, há a expectativa que a produção aumente nos próximos meses, uma vez que há a necessidade de recomposição dos estoques”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo, em nota divulgada pela entidade.
UCI
Com relação à utilização da capacidade instalada, o indicador alcançou 67% no mês de janeiro, o mesmo porcentual verificado em dezembro de 2019. Em janeiro do ano passado, o índice foi de 66%. “O porcentual se iguala ao registrado em janeiro de 2015 e supera todos os outros observados no mesmo mês dos anos subsequentes (2016 a 2019). Por outro lado, o porcentual é inferior ao registrado em meses de janeiro de anos anteriores à recente crise, entre 2011 e 2014 (70% em média)”, informa o documento.
Expectativas
De acordo com a pesquisa, as expectativas do empresário industrial continuam otimistas. Todos os indicadores que medem expectativas ficaram acima dos 50 pontos, o que indica que os industriais esperam aumento da demanda, das exportações, da compra de matéria-prima e do número de empregados nos próximos seis meses.
Somente a intenção de investimento recuou 0,5 ponto em relação a janeiro e ficou em 58,7 pontos em fevereiro. Mas a CNI destaca que, mesmo com a queda, que interrompe uma sequência de quatro altas consecutivas, o índice permaneceu em patamar elevado.
A Sondagem Industrial foi feita entre 3 e 12 de fevereiro, com 1.915 empresas.
Por Sandra Manfrini
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