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Juro baixo vai ativar PIB, diz André Esteves

André Esteves, sócio do banco BTG Pactual, disse nesta quarta-feira, 19, que a política monetária (juros) está perto do seu máximo e que isso ativará uma retomada mais consistente do Produto Interno Bruto (PIB) e do mercado de capitais. “Se estivesse no Banco Central, talvez nem tivesse reduzido os juros na última reunião”, afirmou. A Selic (a taxa básica de juros) foi reduzida para 4,25% ao ano na última reunião do Copom, o menor nível da história.

Segundo Esteves, há uma realocação de poupança que também requer observação do BC, e também uma acomodação no patamar de câmbio que o BC respeita.

“Não acredito que o BC cortará a Selic (taxa básica de juros) na próxima reunião. O Brasil vive uma aceleração medíocre, mas aceitável, dadas as suas condições”, disse o executivo, durante o evento CEO Conference Brasil 2020, organizado pelo BTG. Para Esteves, o Brasil não tem condições de crescer 4% a 5% ao ano, por falta de produtividade.

Para o banqueiro, a depreciação cambial pela qual passa o País no momento está relacionada, em parte, ao fato de o real ter deixado de ser uma moeda de carrego (que se beneficia dos juros mais altos), na esteira da redução da Selic ao seu piso histórico.

Porém, o dólar, de acordo com Esteves, está mais forte não só na comparação com o real, mas em relação a moedas de muitas outras economias fortes do mundo. Isso porque os Estados Unidos trabalham pautados por uma perspectiva de longo prazo.

“Essa perspectiva deixa o dólar forte ante o real e perante a todas as moedas”, afirmou. “O fator local é que os agentes financeiros estão se adaptando ao novo patamar de juros. Como o real sempre foi moeda de carrego, e não de financiamento, mudamos de status, e o que está acontecendo é uma realocação pouco perceptível de investimento estrangeiro”, disse.

De qualquer forma, mesmo diante das justificativas expostas, Esteves admite que o atual nível do câmbio tem surpreendido “a todos nós”. “A percepção intrínseca da moeda indica que o real está muito barato”, disse.

Poderes.
De acordo com Esteves, a relação entre os chefes dos três Poderes é melhor do que sugerem as notícias. Portanto, segundo ele, a democracia brasileira não está em vertigem, como indica o documentário brasileiro indicado ao Oscar da cineasta Petra Costa.

“A despeito da infelicidade de declarações, vivemos o melhor momento da relação entre os três Poderes no Brasil. A relação está mais madura”, afirmou o sócio do BTG.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Francisco Carlos de Assis e Karla Spotorno

Estadão Conteúdo

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