A confiança do consumidor recuou 2,6 pontos em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta quinta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) alcançou 87,8 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,6 ponto.
“A perda de confiança pelo segundo mês consecutivo decorre de piora nas expectativas para os próximos meses. Apesar da reversão da piora na percepção sobre a situação no momento ocorrida no mês passado, há ainda um longo caminho de recuperação. As perspectivas menos favoráveis sobre a situação financeira familiar dos consumidores de renda mais baixa estão relacionadas ao mercado de trabalho, e para os consumidores com renda mais alta, ao aumento de incerteza econômica, e à alta do câmbio, levando-os a postergar consumo”, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Situação Atual (ISA) aumentou 2,2 pontos em fevereiro, para 80,9 pontos, o maior nível desde janeiro de 2015 (81,6 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE) caiu 5,7 pontos, o segundo mês consecutivo de perdas, retornando ao mesmo patamar de julho de 2018, de 93,2 pontos.
O componente que mede a intenção de compras de bens duráveis nos próximos meses despencou 12,0 pontos em fevereiro, para 64,3 pontos, o menor nível desde dezembro de 2016, acumulando uma perda de 17,4 pontos nos últimos dois meses.
“O resultado parece estar sendo influenciado por uma revisão das expectativas em relação à economia nos próximos meses e um menor otimismo com relação a situação financeira das famílias e do emprego”, apontou a FGV, em nota.
O componente que mede as perspectivas sobre as finanças familiares piorou pelo segundo mês consecutivo, com queda de 1,7 ponto em fevereiro, para 99,2 pontos. O item que mede as expectativas sobre economia nos próximos meses caiu 2,6 pontos, após três meses de altas.
Houve piora na confiança entre os consumidores de todas as classes de renda, principalmente entre os que possuem renda familiar mensal acima de R$ 9,6 mil, com recuo de 3,0 pontos em fevereiro.
A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.713 domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 31 de janeiro e 18 de fevereiro.
Por Daniela Amorim
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