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Apesar de abertura em baixa por ruídos políticos, Ibovespa sobe com exterior

Na contramão das bolsas internacionais, o Ibovespa iniciou o pregão desta quarta-feira, 19, perto da estabilidade, com viés de baixa, dando sequência ao recuo da terça ontem de 0,29%, aos 114.977,29 pontos. Internamente, operadores relatam preocupação em relação ao avanço de reformas, sob a tutela do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Ruídos de que haveria descontentamento no governo quanto ao trabalho do ministro, de que estaria demorando na aceleração das reformas administrativa e tributária, foram citados como alguns dos motivos de cautela.

Às 10h54, o Ibovespa subia 0,32%, aos 115.350,38 pontos.

No entanto, a alta das bolsas externas ampara o Ibovespa, diante de notícias de desaceleração nos novos casos de coronavírus na China, onde a epidemia teve início. A despeito disso, as preocupações quanto aos impactos do vírus sobre a economia mundial e a brasileira seguem se renovando.

Em estudo, a LCA Consultores, por exemplo, afirma que cerca de 20% da atividade industrial brasileira poderá ter impacto de maneira relevante pela obstrução das cadeias de fornecimento de insumos da China associada às medidas de contenção do contágio do coronavírus.

Já outra parte (40%) pode ser indireta ou parcialmente afetadas, estimam os economistas em nota, que ainda lembram da greve dos petroleiros. A paralisação já dura 19 dias e conta com a adesão de mais de 20 mil trabalhadores.

“Quando a mediana das expectativas para o PIB Produto Interno Bruto de 2020 na Focus indica elevação em torno de 2,5%, já esperávamos 2,2%. Depois, alteramos para 2% e, agora, para 1,8%. Além dos problemas internos, temos essa piora nas expectativas para o PIB mundial. Os dados da economia interna estão horrorosos, e ainda mais se de fato tiver estresse por conta dessa situação envolvendo o Guedes”, diz uma fonte.

A despeito da percepção negativa de alguns sobre o avanço das reformas, o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, pondera que o determinante para a Bolsa brasileira continua sendo o cenário externo. “A coisa mais importante agora é a decisão do banco central chinês”, diz.

Investidores aguardam por mais redução de juros esta noite, desta vez os juros de referência, na reunião do Banco do Povo da China (PBoC). O BC chinês já havia anunciado na segunda-feira corte de juros de empréstimos de um ano, para fazer frente aos impactos da epidemia na economia chinesa.

A alta do petróleo no exterior e a expectativa de um crescimento no lucro da Petrobras também dão sustento para os ganhos na B3. A expectativa é que o lucro líquido atribuído aos acionistas some R$ 8,7 bilhões no quarto trimestre ante igual período de 2018. Se confirmado, o resultado representará alta de 315% em relação ao mesmo período de 2018, quatro vezes maior do que o último dado.

Além disso, o investidor deve fazer um balanço dos resultados corporativos informados como os do ressegurador IRB Brasil Re, que informou lucro líquido de R$ 632 milhões no quarto trimestre do ano passado, alta de 69,4% em relação ao mesmo período de 2018. Os papéis da companhia estava na liderança das maiores valorizações, com 4,38%.

A Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, apresentou lucro líquido recorrente contábil de R$ 1,396 bilhão no quarto trimestre de 2019, queda de 9,9% na comparação com o mesmo período de 2018. Os papéis da Telefonica Brasil subiam 0,81%.

Já a Gerdau registrou lucro líquido de R$ 102 milhões no período, queda de 73% sobre igual trimestre de 2018, porém aprovou pagamento de dividendos. As ações cediam 3,85%, às 10h50, liderando as maiores perdas do Ibovespa.

Por Maria Regina Silva

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