O IBC-Br, indicador que serve como uma prévia do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), foi divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira (14). Pelas contas do BC, o crescimento da economia brasileira em 2019 foi de 0,89%. Esse resultado está abaixo do crescimento revisado de 1,3% em 2018, e também está abaixo do crescimento de 1,12% estimado na edição mais recente da pesquisa Focus, realizada pelo BC com mais de 100 instituições financeiras.
O desempenho “oficial” do PIB só será conhecido quando o IBGE divulgar o resultado, no dia 4 de março. Se o resultado for confirmado, 2019 será o terceiro ano consecutivo de crescimento da economia brasileira. No entanto, o número indica uma desaceleração do ritmo. O cálculo do IBC-Br é diferente do cálculo do PIB realizado pelo IBGE. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
A desaceleração da economia foi provocada por três fatores, dois deles externos: a guerra comercial entre China e Estados Unidos, que desacelerou as economias dos dois principais parceiros comerciais do Brasil, e o aprofundamento da crise na Argentina, também um parceiro importante da economia brasileira. Internamente, a ruptura da barragem de Brumadinho, em janeiro do ano passado, provocou uma forte diminuição das atividades na mineração, um dos segmentos mais importantes da economia brasileira.
Dólar
O Banco Central anunciou na noite da quinta-feira (13) um leilão de até 20 mil contratos de swap cambial, equivalentes a 1 bilhão de dólares, para a manhã desta sexta-feira. A operação não estará vinculada a nenhuma rolagem de vencimentos e representa a injeção de recursos novos no sistema. Será o segundo dia consecutivo em que o BC atua para injetar dólares no sistema. Na quinta-feira, o BC também atuou vendendo 20 mil contratos, o que fez o dólar recuar 0,39% e fechar a R$ 4,3339, após atingir o preço recorde de R$ 4,38 durante o dia.
Coronavírus
Os principais mercados operam sem tendência definida enquanto esperam dados mais consistentes sobre a expansão da epidemia do coronavírus. O SSE Composite Index, da bolsa de Xangai, fechou com alta de 0,38%, ao passo que o Nikkei, em Tóquio, caiu 0,59%. O índice Dax, em Frankfurt, avança 0,25% e o FTSE, em Londres, sobe 0,16%. No mercado futuro, o S&P 500 está em queda de 0,16%.
Nesta sexta-feira, a província chinesa de Hubei, epicentro do surto informou 4.823 novos casos da doença, incluindo 3.095 casos confirmados com exame clínico, que passou a ser considerado na metodologia de contagem na quarta-feira (12). A província de Hubei também registrou 116 novas mortes por coronavírus. O total de pessoas infectadas na província aumentou para 51.986.
A mudança na forma de cálculo do número de infectados pelo vírus provocou fortes quedas nos mercados ao redor do mundo. No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) procurou amenizar o impacto da notícia. A OMS informou que a mudança no método para diagnosticar a doença (agora também clinicamente e não apenas através de exames laboratoriais) não implica em um crescimento na taxa de novas infecções. E disse também que a disparada no número de casos, na verdade, reflete um ajuste retroativo.
A divulgação de um IBC-Br mais fraco do que as expectativas do mercado e a incerteza com relação ao desempenho do dólar e aos números do coronavírus indicariam mais um dia negativo para a bolsa. No entanto, a tônica dos mercados lá fora está levemente positiva, o que pode sustentar uma valorização discreta.
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