Indicado para assumir a embaixada do Brasil em Washington, o diplomata Nestor Forster afirmou nesta quinta-feira, 13, que o aumento no número de imigrantes brasileiros deportados pelos Estados Unidos é uma “questão pontual” e não há “essa dramaticidade toda” com a situação. Forster foi sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que aprovou seu nome para o posto por unanimidade – 12 votos a 0. A indicação ainda precisa passar pelo plenário do Senado, onde é necessário o aval da maioria dos 81 senadores.
Segundo o diplomata, o interesse de voltar ao Brasil, muitas vezes, é do próprio imigrante ilegal. “A maioria deles pede para voltar logo. Ninguém quer ficar preso aguardando um processo cujo resultado muitas vezes já se antecipa”, afirmou. “Não há essa dramaticidade que muitas vezes as manchetes dão a estas questões. São questões pontuais.”
O presidente Donald Trump endureceu políticas que tratam da entrada de imigrantes nos Estados Unidos. No fim de janeiro, o governo americano cobrou uma ação mais “agressiva” por parte do Brasil para conter o fluxo de imigração ilegal para o país, logo após remeter a Minas Gerais um voo com cerca de 70 brasileiros deportados, parte deles transportados algemados. Na última sexta, chegaram a Belo Horizonte outros 130 brasileiros deportados.
As deportações atuais fazem parte de novo entendimento entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, que facilita o procedimento de saída de imigrantes considerados ilegais no país.
“Os consulados acompanham todos esses processos, asseguram que haja ampla defesa aos brasileiros que estão nesta situação”, afirmou Foster.
O diplomata foi indicado ao cargo em outubro, após o presidente Jair Bolsonaro desistir de nomear o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao posto. Forster já ocupava a função de encarregado de negócios na embaixada. Desde junho, com a saída do embaixador Sérgio Amaral, ele exercia o comando interino do posto diplomático.
Amigo de longa data de Olavo de Carvalho, Forster foi o responsável por levar o hoje chanceler, Ernesto Araújo, para conhecer o escritor, espécie de guru do governo Bolsonaro, que vive em Virgínia.
Por Dida Sampaio
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