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Coronavírus volta ao foco e queda de dólar ante real no exterior é exceção

A aversão a risco com o coronavírus é retomada no exterior e o dólar sobe majoritariamente ante moedas emergentes, à exceção da queda ante o real em meio a uma realização de ganhos recentes, após a divisa americana ter fechado no pico nominal do Plano Real nesta quarta-feira, 12, a R$ 4,3510 no mercado à vista.

Às 8h22 desta quinta-feira, 13, o dólar recuava 0,30%, a R$ 4,3434 no mercado de moedas emergentes no exterior. O índice DXY, que compara a moeda americana ante seis divisas fortes, caía 0,06%, a 98,982 pontos. Esses ajustes serão considerados na abertura do câmbio, mas tendem a ecoar declarações sobre câmbio do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Nesta quinta, Guedes cumpre agenda em São Paulo e será monitorado.

Após ter comparado a categoria de servidores a “parasitas”, Guedes disse em palestra ontem que “o câmbio não está nervoso” e que “não tem negócio de câmbio a R$ 1,80”, o que estaria segundo ele desincentivando até mesmo o turismo interno. “Todo mundo indo pra Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia. Uma festa danada. Peraí”, afirmou Guedes, que sugeriu destinos de passeios no Brasil. “É melhor termos juros a 4% e câmbio a R$ 4,00, do que câmbio a R$ 1,80 e juros de 14%, nas alturas”, repetiu.

Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse à GloboNews ontem à noite que a atual desvalorização do real ante o dólar ocorre em um cenário de expectativa de inflação estável e até caindo e que a epidemia de coronavírus deve afetar o crescimento brasileiro, a depender do tamanho do impacto na economia chinesa, mas ainda há dúvidas sobre como o surto recairá sobre a inflação. Reafirmou ainda que o câmbio é flutuante e que um dos objetivos do BC é saber como ele contamina a expectativa de inflação.

O operador Luis Felipe Laudísio dos Santos, da Renascença DTVM, disse que o dólar voltou a se descolar das demais moedas no exterior ontem após a decepção com as vendas no varejo de dezembro de 2019 abaixo do previsto. Com isso, ele observou que os investidores estrangeiros aumentaram posição comprada em 9.345 contratos com Bancos, Fundos Nacionais e PJ não Financeiras na contraparte com 3.000, 2.800 e 2.410 contratos respectivamente.

Nesta quinta, em meio ao desempenho negativo das principais moedas e a alta do dólar ante divisas emergentes, teremos o mercado digerindo a nova fala polêmica de Guedes, relacionada ao câmbio, e ajustes em meio aos receios quanto ao coronavírus, que volta a contaminar os ativos financeiros.

Por Silvana Rocha

Estadão Conteúdo

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