A safra brasileira de 2020 deve ser a maior da história, chegando a 246,7 milhões de toneladas. Isso representa uma alta de 2,2% acima do total colhido em 2019. Os dados são do IBGE, que divulgou o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) nesta terça-feira (11). Se confirmada, será a maior colheita desde que o IBGE começou a realizar o Levantamento, em 1975.
A produção da soja, que representa a metade do volume da produção nacional de grãos, também deve bater recorde e chegar a 123,3 milhões de toneladas, avanço de 8,7% ante 2019. A estimativa da produção do milho cresceu 3,1%, totalizando 96,2 milhões de toneladas.
Os três produtos mais importantes da produção brasileira são soja, o milho e o arroz. Somados, eles representam 93,2% da estimativa da produção e 87,2% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, a área plantada da soja cresceu 2,4%, a área plantada do milho avançou 1,3% e a área plantada do arroz encolheu 2,5%. Segundo o IBGE, os preços melhores do milho e da soja vêm estimulando os produtores a migrar para essas culturas.
No fim de janeiro, a saca de 60 quilos de soja com referência no porto de Paranaguá (PR) era cotada a R$ 85,33, alta de 10,7% em 12 meses, segundo o Cepea-Esalq da Universidade de São Paulo (USP).
INDÚSTRIA – Enquanto o agronegócio continua trazendo boas notícias para a economia, a indústria vem mantendo sua trajetória de baixa. Ainda segundo o IBGE, em 2019 a produção industrial caiu em sete dos 15 locais pesquisados pelo Instituto. Isso levou o setor a amargar uma queda de 1,1% no ano, como já foi divulgado pelo IBGE.
O principal motivo da piora na produção industrial foi a queda na mineração em Minas Gerais, que encolheu 25,3%, e no Espírito Santo, que caiu 21,1%. Considerando-se o setor industrial como um todo, a indústria capixaba recuou 15,7% e a produção mineira caiu 5,6%.
Segundo Bernardo Monteiro, analista do IBGE responsável pela pesquisa, o resultado negativo em Minas decorre da menor produção do minério de ferro, logo após rompimento da barragem de Brumadinho. “Já a indústria capixaba foi influenciada pela situação em Minas e também pela queda na produção de petróleo e de gás natural, e pela queda no setor de celulose, mercado que anda saturado”, diz Monteiro.
O melhor desempenho foi registrado no Paraná, em que a produção industrial cresceu 5,7% devido ao aumento na produção de automóveis e de caminhões. Em São Paulo, onde fica o maior parque industrial do País, a produção cresceu apenas 0,2%
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