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Demitido, ex-presidente da Cedae não responde a deputados e deixa sessão na Alerj

Exonerado pelo governador Wilson Witzel (PSC) do comando da Cedae na segunda-feira, 10, o ex-presidente da estatal de águas do Rio de Janeiro Helio Cabral compareceu na manhã desta terça-feira, 11, a uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Ele fez um balanço da sua gestão, negou-se a responder perguntas e deixou o plenário tão logo começou a receber críticas. Ele chegou a ser xingado pela deputada Lucinha (PSDB) que o chamou de “cagão”.

O agora ex-presidente fez uma apresentação com números de sua gestão. Justificou a demissão de funcionários alegando que eles recebiam supersalários. Atribuiu à falta de investimentos do passado na companhia a proliferação de geosmina – substância orgânica liberada por algas disseminadas pelo despejo de esgoto e que desde o início do ano afeta a cor e o gosto da água que abastece o Estado.

“Estamos aplicando argila na lagoa e carvão ativado”, disse Cabral. “Esses produtos são usados no mundo inteiro, Reino Unido, Alemanha, Brasil, e a Cedae sequer estava preparada para fazer esse tipo de tratamento.”

A apresentação de Cabral foi interrompida pelo presidente da sessão, Gustavo Schmidt (PSL), que também comanda a Comissão de Saneamento Ambiental. “Ninguém mais aguenta esse discurso do senhor. O dinheiro da Cedae está no caixa da Cedae, quando devia estar sendo investido debaixo da terra”, discursou Schmidt.

Na sequência, Cabral pediu para ler um pronunciamento. Nele, agradeceu ao governador Wilson Witzel (PSC) por ter presidido a Cedae e, depois, informou que não responderia às perguntas dos deputados. “Isso deve ser feito pelo próximo presidente (da companhia)”, justificou.

A postura irritou os parlamentares. “Isso é uma falta de respeito a esse Parlamento e à população”, bradou Gustavo Schmidt. “É uma vergonha o senhor ter estado à frente da Cedae por um ano.”

Nesse momento, Cabral levantou-se e foi embora. Revolta, a deputada Lucinha (PSDB) pegou o microfone e pediu que os trabalhos prosseguissem. “Se o presidente (da Cedae) é um cagão e foi embora, nós não somos. Vamos continuar discutindo”, disparou.

Por Marcio Dolzan

Estadão Conteúdo

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