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Moradores de cidade em Roraima fecham fronteira com a Venezuela

Moradores de Pacaraima (RR) bloquearam a passagem na fronteira entre o Brasil e a Venezuela em protesto contra o estupro de uma adolescente, crime que teria sido cometido por um refugiado venezuelano na cidade, na manhã de sexta-feira, dia 7. O suspeito foi preso. A vítima também é venezuelana, mas estuda e reside em Pacaraima.

Dezenas de moradores, revoltados com o crime, desceram a bandeira nacional a meio mastro no marco BV-8, monumento na linha de fronteira onde ficam hasteados os pavilhões dos dois países. O ato ocorreu na noite de sábado, dia 8. Com cones e carros, os brasileiros ocuparam a rodovia BR 174, que vai de Roraima à cidade de Santa Elena do Uairén, a primeira em território venezuelano.

Os protestos começaram na sexta-feira, dia 7, se repetiram no sábado e devem continuar pelo menos até a segunda-feira, dia 10, quando há uma nova convocação para tentar fechar a fronteira.

Na sexta-feira, os moradores haviam realizado uma caminhada improvisada até a zona de fronteira e deixaram o local a pedido do Exército, sem confrontos.

Neste domingo, dia 9, em outra tentativa de bloquear a passagem, uma multidão foi dispersada com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo pelas forças de segurança. A Polícia Rodoviária Federal estacionou viaturas e bloqueou, com a tropa de choque, a aproximação de moradores das estruturas de órgãos como a Polícia Federal e a Receita Federal, instalados metros antes da faixa de fronteira.

Em vídeos a que o Estado teve acesso, é possível ver vereadores e o prefeito Juliano Torquato (PRB) discutindo com um policial rodoviário federal. O policial exige que o prefeito e a população deixem o em local em “meia hora” – o agente ameaça usar a força se não for atendido. “Foi uma situação horrível, tacaram (sic) bombas de gás e balas de borracha, havia famílias e crianças”, disse Torquato.

Em outra gravação, o prefeito pede a remoção de uma vez por todas dos acampamentos de refugiados montados pela Operação Acolhida. O Exército também reforçou o policiamento próximo à entrada da sede da operação.

Torquato reclama não ter obtido nenhuma resposta das forças de segurança quanto aos pleitos de ajuda ao município. “Não conseguimos nenhuma resposta do governo federal nem estadual”, disse o prefeito à reportagem.

O clima é de tensão na cidade, porta de entrada de venezuelanos no País. Em 2018, um assalto violento a um comerciante desencadeou uma onda de ataques e protestos cometidos por centenas de moradores brasileiros, que expulsaram os venezuelanos e incendiaram acampamentos.

Por Felipe Frazão

Estadão Conteúdo

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