Economia

Economia volta a dar sinais de desaquecimento

A provável redução da taxa de juros referencial Selic em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira (5) já está bastante expressa nos preços do mercado. Por isso, apesar da natural expectativa com a divulgação das taxas, as pesquisas mais recentes mostram que há 85% de convicção no mercado de que a taxa referencial Selic vai ser reduzida novamente, recuando para 4,25%. Novamente seu menor patamar desde o início do Plano Real. A pergunta de um trilhão de reais é: será suficiente?

Os indicadores da economia real mostram que o pulso dos negócios está batendo mais fracamente do que o esperado. Na terça-feira (4), o IBGE divulgou uma retração de 1,1% na produção industrial em 2019, após dois anos seguidos de alta.

Há mais sinais de que a atividade está calma. Os índices de inflação assustaram no fim do ano, muito em função da alta pontual dos preços da carne bovina e dos combustíveis. No entanto, passado dezembro, a queda no consumo fez com que os fornecedores reduzissem os preços. Não por acaso, os primeiros índices de inflação referentes a janeiro mostram a volta ao curso que valeu durante quase todo o ano passado.

Na manhã desta quarta-feira (5), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) de janeiro, que mede a inflação para as famílias de renda mais baixa. O IPC-C1 subiu 0,55% em janeiro, queda de 0,38 ponto percentual ante o 0,93% em dezembro. Com esse resultado, o indicador acumula alta de 4,55% nos últimos 12 meses.

Mais uma vez, a maior queda foi registrada no segmento Alimentação. A inflação de janeiro nesse grupo foi de 0,83%, ante 3,08% em dezembro. Falando especificamente das carnes bovinas, os preços recuaram 2,27% em janeiro, ante uma alta de 16,02% em dezembro.

A China está contribuindo para o esfriamento dos negócios. Em um relatório divulgado na terça-feira (4), o banco suíço UBS reduziu de 2,5% para 2,1% a estimativa de crescimento da economia brasileira em 2020. A redução deveu-se, principalmente, ao desaquecimento da economia chinesa, um dos principais parceiros comerciais do País e que estabelece preços para várias commodities que são relevantes nas exportações brasileiras, com soja e minério de ferro.

Redação Mercado News

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