As ações da Braskem fecharam o pregão de segunda-feira, 3, com alta de 6,02%, a maior do Ibovespa (principal índice de ações do País), cotadas a R$ 33,45. O resultado da petroquímica, que é controlada pela Odebrecht e pela Petrobrás, foi inflado pelos comentários sobre a possível migração da companhia para o Novo Mercado, segmento de mais altas exigências corporativas da B3, a Bolsa paulista.
Neste segmento, a Braskem poderia ser negociada por meio de ações ordinárias, que dão direito a voto. Os dois grupos buscam uma forma de se desfazer rapidamente do ativo. Depois de uma negociação que durou mais de um ano, a venda da Braskem para a holandesa LyondellBasell não saiu do papel. O negócio era avaliado em cerca de US$ 10 bilhões.
Com a migração para o Novo Mercado, a saída da Braskem pela Bolsa passaria a ser viável. A Petrobrás tem interesse em acelerar seu programa de desinvestimento de ativos considerados não estratégicos. O grupo Odebrecht, que tem quase R$ 100 bilhões em dívidas e está em recuperação judicial, poderia ganhar fôlego com a venda de sua “joia da coroa”. Parte das ações da petroquímica foram dadas como garantia em empréstimos tomados pelo grupo em grandes bancos nacionais.
Nos últimos tempos, a Braskem se viu envolvida em uma chuva de más notícias. Além do fracasso nas negociações com a LyondellBasell, a empresa também se viu no meio de um imbróglio relacionado aos danos causados em bairros de Maceió, onde realizava a extração de sal-gema. A empresa encerrou a operação em novembro de 2019 e, em janeiro, fechou um acordo de R$ 1,7 bilhão relativo ao caso.
Pressa.
Segundo analistas, a Petrobrás quer rapidez na mudança para o Novo Mercado, pois poderia se desfazer de quase dois terços da posição que possui na Braskem em bolsa. “No Novo Mercado, a Braskem terá melhor governança corporativa, o que pode ajudar as ações da empresa a se valorizarem”, aponta Luis Sales, analista da Guide Investimentos.
Já Vitor Miziara, da Criteria Investimentos, ressalva, no entanto, que o Novo Mercado exige que, no caso de uma venda realizada em Bolsa, que 100% dos minoritários tenham acesso ao “tag along”, dispositivo que garante acesso às mesmas condições de negociação.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Por Niviane Magalhães
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