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Taxas fecham em baixa com apostas para Copom e melhora de humor no exterior

A semana de decisão de política monetária no Brasil começou com juros futuros em queda, refletindo não somente as perspectivas de alívio na Selic como também boas notícias locais, a partir ainda de um cenário externo hoje mais propenso a ativos de risco. O recuo das taxas foi levemente mais expressivo na ponta longa, já que os vencimentos curtos têm menos espaço para “andar” até que o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgue seu comunicado na quarta-feira. De todo modo, em meio ao clima mais positivo, a curva voltou a precificar 80% de possibilidade de uma queda de 25 pontos-base na taxa básica no encontro de fevereiro, com o mercado otimista ainda sobre uma sinalização de continuidade do afrouxamento monetário na comunicação do Banco Central.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 encerrou a 4,325% (sessão regular) e 4,320% (estendida), de 4,375% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 5,522% para 5,46% (regular e estendida). A do DI para janeiro de 2025 encerrou em 6,15% (regular e estendida), de 6,211% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2027 recuou de 6,601% para 6,52% (regular) e 6,53% (estendida).

Com o desempenho muito ruim dos mercados asiáticos, a expectativa inicial era de um dia carregado para os negócios no resto do mundo, mas que não se concretizou em função da atuação do banco central chinês para atenuar o impacto do surto de coronavírus na economia. A percepção de que a epidemia tem um viés desinflacionário para o Brasil, diante da expectativa de manutenção de juros baixos pelo mundo, segue se sobrepondo na curva de juros aos movimentos de aversão ao risco que nos últimos dias atingiram câmbio e ações. Nesse contexto, os preços de commodities estão em queda livre – hoje o petróleo Brent na ICE Futures entrou no bear market -, o que reforça a perspectiva favorável para a inflação no Brasil.

Para o economista-chefe para América Latina do banco ING, Gustavo Rangel, apesar dos riscos no câmbio, a precificação do mercado de queda de 25 pontos pode pesar na decisão do BC em trazer a Selic para 4,25%. “Além disso, o risco de um choque externo mais profundo a partir da China deve levar o BC a manter a porta aberta para mais cortes”, disse.

Com a melhora de humor dos investidores, a precificação de Selic na curva para a Selic em 4,25% na quarta-feira passou de 76% na sexta-feira para 80% hoje, enquanto a chance de um novo corte de 25 pontos no Copom de março manteve-se em torno de 25%. Os números são do Haitong Banco de Investimento.

Por Denise Abarca

Estadão Conteúdo

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