As Filipinas registraram no sábado (1º) a primeira morte pelo novo coronavírus fora da China. Com o anúncio do óbito e o aumento de casos confirmados fora do território chinês, crescem no mundo as restrições de viagem impostas à China e a estrangeiros que visitaram o país.
Pelo menos mais sete países anunciaram no domingo, 2, novas medidas contra viajantes procedentes da China. Eles seguem a decisão de países como Estados Unidos e Austrália, que já haviam anunciado a proibição da entrada de estrangeiros que estiveram na China.
Nos EUA, onde as três maiores companhias aéreas suspenderam todos os voos para a China, o veto à entrada teve início na noite de domingo.
O governo filipino foi um dos que seguiram a medida e anunciaram também no domingo a proibição da entrada de chineses ou estrangeiros que estiveram na China nos últimos 14 dias. O país já tinha uma restrição de acesso para pessoas vindas da província de Hubei, onde o surto começou, mas anunciou que o veto foi ampliado para todo o território chinês, incluindo as regiões autônomas, como Hong Kong e Macau.
O paciente morto por coronavírus nas Filipinas era um homem de 44 anos, cidadão chinês, que esteve na China e teve contato com o primeiro caso confirmado nas Filipinas. Ele chegou de Hong Kong no dia 21 de janeiro e deu entrada em um hospital de Manila quatro dias depois, com pneumonia.
Indonésia, Vietnã e Nova Zelândia também anunciaram o veto a entrada de estrangeiros vindos de cidades chinesas, assim como o cancelamento de voos para o local.
Já a Índia anunciou que suspendeu a emissão de vistos eletrônicos para visitantes chineses e cancelou os já emitidos.
A Coreia do Sul, por sua vez, também informou que vetará a entrada de estrangeiros procedentes da China, mas, por enquanto, restringirá o acesso apenas dos viajantes vindos da província de Hubei. A medida terá início amanhã.
A Rússia, que já havia anunciado o fechamento das fronteiras terrestres e a suspensão da emissão de vistos de turismo, também irá paralisar as operações dos trens que fazem o trajeto entre os dois países, o que inclui a rota Pequim-Moscou.
As decisões vão contra a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aconselhou os países a não restringirem viagens e o comércio. Como pontos negativos das restrições estão a dificuldade de deslocamento de profissionais de saúde a locais mais críticos e o risco de imigração ilegal, o que dificultaria o controle do vírus, já que viajantes que entram de forma clandestina em outro país não estão sujeitos a medidas de controle sanitárias.
O número de casos confirmados em outros países vem crescendo. Segundo boletim divulgado neste domingo pela OMS, 14 novos registros foram confirmados no dia anterior, o que eleva para 146 o número de infecções fora da China. Nenhum país novo entrou para a lista nos últimos dois dias, mas 23 nações já notificaram registro da doença.
Japão (20 casos), Tailândia (19) e Cingapura (18) são os países com o maior número de contaminados sem considerar a China, onde o vírus já infectou 17,2 mil pessoas e matou 361, segundo balanço deste domingo. (Com agências internacionais).
Por Fabiana Cambricoli, com agências internacionais
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