Categories: Economia

De mercadinhos a grandes redes, apps de entrega mudam as vendas no varejo

Faz quatro meses que Bruna Braune, de 32 anos, não vai ao supermercado. A gerente de marketing, que quer ter mais tempo para hobbies como ler, assistir a séries ou cozinhar, faz parte de um crescente grupo de consumidores, a maioria de jovens adultos, que tem chamado a atenção do varejo de alimentos.

Eles são imediatistas e fazem de tudo para não precisar ir às compras na loja física nem esperar muitas horas para receber em casa o produto adquirido no e-commerce tradicional. Compram pequenas quantidades de alimentos, itens de higiene e limpeza por meio de aplicativos de entregas instalados no smartphone, como iFood e Rappi, que conseguem levar as encomendas ao cliente com mais rapidez.

Nos últimos dois anos, turbinado pelo interesse tanto de gigantes, como Carrefour e Grupo Pão de Açúcar (GPA), quanto de varejistas de uma só loja, esse mercado de compras de conveniência feitas por meio de apps de entrega tem avançado exponencialmente, embora ainda represente pouco dentro das vendas totais dos supermercados.

“Registramos crescimento de 100% a cada mês”, diz Diego Barreto, vice-presidente financeiro do iFood, que começou a oferecer entrega de supermercados parceiros no começo do ano passado. A empresa opera com 400 supermercados em 80 cidades e quer chegar a mil lojas em 200 cidades em meados do ano. No concorrente Rappi, a compra de supermercado é a linha que mais cresce na empresa, depois de refeições, que se propõe a entregar qualquer tipo de produto.

Entre os varejistas, um dos pontos que impulsionam o interesse pela venda por meio dos apps de entrega é a atração de novos consumidores. No Carrefour, que há dois anos tem parceria nacional com a Rappi, 63% dos clientes do canal e-commerce food não faziam compras na rede, diz Paula Cardoso, CEO do Carrefour e-Business.

“A adesão não é só das camadas de maior renda (mais habituadas a compras online), mas também das classes C e D”, ressalta Marcelo Rizzi, diretor do Grupo Big, que testa a parceria com o iFood em uma loja e vai expandir para hipermercados, supermercados e atacarejos.

Dados

Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo, diz que a parceria dos aplicativos e supermercados é um caminho sem volta, pois o smartphone mudou o hábito de compra e as empresas travam uma corrida para estarem mais bem posicionadas do que as rivais nesse novo mercado. Terra e outros especialistas destacam a oportunidade, mas alertam para o risco estratégico: ao fechar parceria com companhias de delivery, o supermercado pode entregar informações do consumidor para empresas de fora. “A questão é de quem é o cliente.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Márcia De Chiara e Giovanna Wolf

Estadão Conteúdo

Recent Posts

Visões de Maria, estátuas que choram; veja novas regras do Vaticano para validar evento sobrenatural

O Vaticano revisou na sexta-feira, 17, o processo de avaliação de supostas visões da Virgem…

4 horas ago

Reguladores e setor bancário dos EUA devem focar em riscos mais críticos, diz diretora do Fed

A turbulência bancária ocorrida no ano passado nos Estados Unidos ilustra claramente que supervisores e…

8 horas ago

ABBC diz que redução no teto do consignado INSS prejudica bancos de menor porte

A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) afirma que as reduções do teto dos juros do…

21 horas ago

Governo enviará MP para flexibilizar lei de licitações em casos de calamidade, diz ministra

A ministra da Gestão, Esther Dweck, anunciou que o governo federal enviará uma Medida Provisória…

21 horas ago

AGU parabeniza 3 Poderes por ‘alto nível de diálogo interinstitucional’ sobre desoneração

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, comemorou na rede social X (antigo…

21 horas ago

Consulta pública para projeto rodoviário da Nova Raposo recebe quase 2 mil contribuições

A consulta pública do projeto da rodovia Nova Raposo, em São Paulo, contou ao todo…

22 horas ago