Economia

OMS decreta emergência global; Ibovespa oscila e dólar fecha na máxima

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira (30) uma emergência global de saúde devido ao surto de coronavírus que se iniciou na província chinesa de Wuhan, no fim do ano passado. Segundo a OMS, a doença agora representa um risco além da China. A decisão reverteu a decisão da OMS de há uma semana, quando ela evitou a declaração. A OMS também divulgou o nome oficial da doença causada pelo novo coronavírus: “Doença Respiratória de 2019-nCoV”.

A China informou na quinta-feira que outras 38 pessoas morreram com a doença, elevando o total para 170. Até agora, são 7.818 casos confirmados pelo mundo, sendo 7.736 na China. Pior do que isso, ficou comprovada a transmissão de pessoa para pessoa em 18 outros países, incluindo os Estados Unidos. Esse agravamento da situação foi o que levou a agência a mudar sua recomendação.

A declaração da OMS, oficialmente chamada de “emergência de saúde pública de interesse internacional” não tem força de lei, mas serve de aviso a todos os países-membros da Organização das Nações Unidas que o principal órgão consultivo de saúde do mundo considera a situação grave. Isso permite aos governos tomar suas próprias decisões sobre fechar fronteiras, cancelar voos, rastrear pessoas que chegam aos aeroportos ou tomar outras medidas de proteção. Na quinta-feira, a Rússia fechou sua fronteira de 4.200 quilômetros com a China e parou todos os trens, exceto um entre Moscou e Pequim.

Na China, alguns médicos especialistas questionaram a resposta de seu país, argumentando que as autoridades locais poderiam ter adotado restrições mais rígidas de viagem antes que o vírus se espalhasse para além da cidade central de Wuhan. O país já confirmou casos em todas as províncias e regiões.
Desde que obteve o poder de lançar esses alertas, em 2005, a OMS só os lançou cinco vezes: a pandemia de gripe em 2009, um surto de poliomielite e a epidemia do Ebola em 2014, o surto do vírus zika em 2016 e um surto de Ebola no Congo em 2019.

BRASIL – O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira que continua a monitorar nove casos de pacientes com suspeita de coronavírus no Brasil. Apesar de o número ser o mesmo do que já havia sido informado na quarta-feira (29), não são as mesmas pessoas. Alguns casos foram descartados e outros foram incluídos, dois deles no Rio Grande do Sul.

A distribuição dos casos está assim: três casos no estado de São Paulo, dois no Rio Grande do Sul e um caso nos estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, do Paraná e do Ceará. Ao todo, 43 casos foram notificados pelas autoridades de saúde do País, mas nem todos são tratados como suspeitos.

MERCADOS – O dólar comercial subiu 0,95 por cento para 4,259 reais na venda, máxima histórica. No mercado futuro de juros, os contratos de DI com vencimento em janeiro de 2021 subiram para 4,96 por cento ao ano e os contratos para janeiro de 2025 fecharam a 6,19 por cento ao ano.

Depois de cair 2,2 por cento no pior momento do dia, quando chegou a 112.825 pontos, o índice Bovespa fechou com uma leve alta de 0,12 por cento a 115.528 pontos. A maior parte da queda ocorreu antes da declaração da OMS, devido às notícias de elevação do número de casos confirmados e de países com pessoas infectadas pelo coronavírus, mas o índice recuperou-se com declarações da agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) de que poderá elevar o rating soberano do Brasil se a política econômica do governo melhorar a dinâmica do Produto Interno Bruto (PIB) para além das expectativas da agência.

Claudio Gradilone

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