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Boeing estima custo de US$ 18,6 bi com crise do 737 Max

A fabricante norte-americana Boeing (BOEI34) divulgou uma nova estimativa de custo com a crise do 737 Max. A previsão de US$ 18,6 bilhões representa mais que o dobro da anterior. Agora, a estimativa também engloba pagamentos para companhias aéreas, redução dos lucros durante o ciclo de produção do avião e as despesas ligadas à interrupção da fábrica.

Além disso, a companhia divulgou ontem uma perda de US$ 636 milhões em 2019 sobre receitas de US$ 76,6 bilhões. Essa foi a primeira perda anual em mais de duas décadas.

Em relatório, analistas da Guide Investimentos consideram o impacto negativo. “Já era esperado pelo mercado que a empresa fosse ter um custo relevante com a crise do 737 Max. No entanto, com a divulgação de um aumento no custo anteriormente estimado em conjunto com perdas anuais de 2019, as perspectivas para a empresa ficam ainda piores”, informa o texto.

Os problemas da Boeing também afetam a fabricante brasileira Embraer (EMBR3), que teve a venda de parte de sua operação para a Boeing aprovada, sem restrições, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na segunda-feira (27).  Investigadores do conselho americano de segurança de transportes identificaram no Embraer EMB-175 problemas semelhantes aos apresentados pelo Boeing 737 Max.

Em nota, a Embraer informou que o relatório preliminar publicado pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos Estados Unidos (NTSB, na sigla em inglês), trazia recomendações de segurança que estão em linha com o que a Embraer já havia divulgado para seus clientes em dezembro de 2019. O órgão emitiu alertas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre falha em um voo de um Embraer EMB-175, em novembro de 2019, operado pela Republic Airways.

O relatório garante que “estas recomendações envolvem tornar obrigatória uma modificação no manche para evitar uma montagem invertida da chave de comando, modificação que já está incorporada na linha de produção e disponível para incorporação na frota desde 2015, assim como uma inspeção nas cablagens da base da coluna do manche quanto a possível atrito ou danos”, afirma a Embraer.

De acordo com a empresa, o problema teria sido um erro de manutenção. A companhia diz ainda que está participando das investigações.

Geovana Pagel

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