Categories: Economia

Não sinto pressão do governo (para reduzir juros), diz presidente do BB

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, afirmou nesta quarta-feira, 29, que não “sente pressão” do governo para a instituição reduzir os juros cobrados no crédito.

“Meu mandato é maximizar resultados e não ajudar a reduzir taxas de juros”, disse, ao ser questionado sobre uma eventual pressão do Planalto para reduzir o spread bancário. A declaração foi dada em evento do Credit Suisse com investidores.

Novaes afirmou que o governo entende que o BB é uma empresa de capital aberto, listada em Bolsa e que precisa dar satisfação aos acionistas. “O que vai ajudar a reduzir juros é a competição bancária”, disse ele, ressaltando que qualquer movimento diferente disso será prejudicial para a economia e para o próprio banco.

O executivo foi questionado ainda sobre a maior concorrência com as fintechs, como são chamadas as empresas nascentes de tecnologia financeira. “Não é só uma questão de modernização de produtos. A questão também é de modernizar rapidamente a estrutura toda do BB, digitalizar”, afirmou, ressaltando que o banco pensa ainda em buscar ajuda com as próprias fintechs. “Podemos ter concurso de fintechs para nos ajudar.”

“Precisamos adaptar rapidamente o BB ao mundo novo”, disse Novaes. Se não houver essa transformação, em 5 a 10 a anos, o BB “vai sofrer muito”.

Joint Venture com UBS

O presidente do BB informou ainda que a joint venture com o banco suíço UBS na área de banco de investimento estará operacional no segundo semestre deste ano. Além deste negócio, o BB também negocia um parceiro na área de asset management com “big players”, conforme ele.

“Colocamos uma barra de US$ 400 bilhões para selecionar o parceiro em asset management. São big players”, disse Novaes, sem dar mais detalhes.

A Coluna do Broadcast antecipou, na semana passada, que três pesos-pesado norte-americanos estariam na disputa para serem parceiros do Banco do Brasil na área de gestão de recursos, na qual atua por meio da BB DTVM. São elas: Blackrock, a maior do setor no mundo, Principal Financial Group, sócia do banco na Brasilprev, e Franklin Templeton Investments, que está a procura de um ativo no País.

Segundo o presidente do BB, a lista de desinvestimentos do banco contempla apenas ativos ‘não core’ do banco. Ele reforçou ainda que a instituição pode procurar parceiros em determinados segmentos como fez na área de banco de investimentos e em gestão de recursos.

Por Altamiro Silva Junior e Aline Bronzati

Estadão Conteúdo

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