Economia

Mercado financeiro contabiliza os impactos do coronavírus

Os investidores e analistas de mercado ao redor do mundo ainda não conseguiram calcular qual será o real impacto da epidemia chinesa do coronavírus sobre a economia, tanto do país asiático quanto global. Na segunda-feira (27), a Organização Mundial de Saúde (OMS) alterou a classificação de risco global de “moderado” para “elevado”, movimento que ajudou a reforçar a onda de vendas. E os bancos já colocaram seus analistas para trabalhar.

Na segunda-feira (27), o banco de investimentos americano Morgan Stanley afirmou em relatório que o momento ainda não é para pânico. Mesmo assim, o banco também afirmou, diplomaticamente, que “pode ser interessante explorar algumas proteções baratas”.

Seu concorrente JP Morgan Chase avisou seus clientes que as ondas de volatilidade podem abrir oportunidades de compra. Comparando a situação atual com a da epidemia da Síndrome Respiratória Aguda (Sars), cujo pior momento foi em 2002, e com a da gripe suína de 2009, a constatação foi que os preços se recuperaram em poucas semanas.

Os mais pessimistas, porém, esperam impactos significativos no Produto Interno Bruto (PIB) chinês neste ano. O dinamarquês Danske Bank estima que o surto do coronavírus pode custar 0,8 ponto percentual em crescimento à economia chinesa no primeiro semestre. A consultoria britânica Capital Economics antecipa um “impacto significativo” no PIB chinês no primeiro trimestre deste ano. Mesmo que a crise seja contida mais rapidamente do que o episódio da Sars, o dano pode reduzir o crescimento da China em três pontos percentuais.

A queda só não foi mais intensa nesta terça-feira (28) devido ao início dos feriados do Ano Novo Lunar, que manteve fechados os pregões em Xangai, Shenzhen e Hong Kong. Em Tóquio, o índice Nikkei de 225 ações caminhava para fechar em baixa de 0,55%, após cair mais de 2% na véspera.

Os pregões na Europa não apresentavam uma tendência definida. No início da manhã, o índice alemão Dax recuava 0,23%, ao passo que o índice FTSE de 100 ações, da bolsa de Londres, estava em alta de 0,16%. Já os contratos futuros do índice americano S&P 500, negociados na Europa, estavam em alta de 0,24%, após terem caído 1,57% ontem.

As comemorações do Ano Novo foram estendidas até o próximo domingo, e as bolsas chinesas só voltam a operar no dia 3 de fevereiro. Xangai, a capital financeira chinesa, determinou que as empresas não retomem as suas atividades antes do dia 10. E o polo industrial de Suzhou, que abriga as fábricas da Johnson e Johnson, da Samsung e da Foxconn, que produz os iPhones, adiou a volta de milhões de operários ao trabalho por uma semana.

Redação Mercado News

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