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Justiça suspende fiança a suposto líder do PCC na fronteira com o Paraguai

A Justiça suspendeu o alvará de soltura de Edson Barbosa Salinas, de 32 anos, apontado como sucessor do traficante Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”, na liderança da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) na fronteira do Brasil com o Paraguai.

Salinas foi preso por porte ilegal de arma, após uma briga de trânsito, no último domingo, dia 18, em Ponta Porã (MS), e pagou R$ 80 mil de fiança nesta quinta-feira, 23. No final da noite, o juiz Marcelo Guimarães suspendeu a soltura, após receber informação da Polícia Federal de que o brasileiro usava identidade falsa.

A polícia suspeita do envolvimento de Salinas na fuga de 75 presos da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã, no domingo. Entre os fugitivos, que incluem 40 brasileiros, estavam cinco aliados de “Minotauro”.

Até a manhã desta sexta-feira, 24, seis foragidos tinham sido recapturados – cinco paraguaios e um brasileiro. O juiz havia fixado fiança de R$ 80 mil após constatar que Salinas ostentava riqueza, já que ocupava um veículo de luxo no momento da prisão, se dizia empresário e portava R$ 17 mil em dinheiro.

Guimarães notificou a defesa de Salinas de que ele ficará detido até que se esclareça a dúvida sobre sua identidade. O advogado do suspeito informou que seu cliente não tem antecedentes criminais no Brasil e vai entrar com recurso.

Conforme informação repassada pelo Ministério Público ao juiz da 2ª Vara Criminal de Ponta Porã, o nome verdadeiro do suspeito seria Ederson Salinas Benitez. Na fronteira, o suposto líder do PCC é conhecido como “Salinas Riguaçu”.

As investigações apontam possível envolvimento dele nas execuções de Chico Gimenez, tio do traficante Jarvis Gimenez Pavão, e da advogada de Pavão, Laura Marcelo Casuso. Os assassinatos teriam sido ordenados por “Minotauro”. Salinas também seria dono da casa onde foram presos 15 integrantes do PCC em fevereiro de 2019, em Pedro Juan Caballero.

Edson foi preso após uma briga de trânsito. Ele e o cunhado, Rodrigo Antunes Flores, de 28 anos, teriam apontado suas pistolas automáticas para o motorista de um Gol durante discussão por uma “fechada”. O motorista ameaçado pediu ajuda a uma viatura policial. Devido ao risco de resgate, Salinas foi levado de helicóptero para o presídio estadual de Dourados (MS).

“Minotauro” foi preso em fevereiro de 2019, em Balneário Camboriú (SC). Na época, ele liderava a disputa com facções rivais pelo controle do tráfico na fronteira entre Brasil e Paraguai. O traficante cumpre pena na penitenciária federal de Brasília.

Por José Maria Tomazela

Estadão Conteúdo

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