O Ibovespa se inclinou à realização de lucros nesta sexta-feira, 24, após ter renovado máximas históricas de fechamento por duas vezes nesta semana, na segunda-feira e ontem. Sem catalisadores domésticos que o sustentassem no nível de 119 mil pontos, o principal índice da B3 fechou em baixa de 0,96%, a 118.376,36 pontos, com Petrobras, Vale, siderúrgicas e bancos em terreno negativo na sessão. Apenas um punhado de ações conseguiu se salvar, com destaque para Weg (+4,49%) e Ambev (+1,82%).
O giro financeiro totalizou R$ 19,6 bilhões, um pouco mais fraco do que o observado desde o fim do ano passado, com o Ibovespa movimentando acima de R$ 20 bilhões/dia nos pregões das últimas semanas. O índice registrou leve perda de 0,09% na semana, após ter avançado 2,52% na anterior. No mês, sobe 2,36%. Na sessão, oscilou entre mínima de 118.108,30 e máxima de 119.593,10 pontos.
Após terem sido o destaque positivo do dia anterior, as ações de bancos voltaram a cair hoje, embora de forma moderada, estendendo as perdas acumuladas no mês. Na ponta negativa – segunda ação de pior desempenho na sessão -, CSN fechou em baixa de 3,74%, ainda acumulando ganho de 5,67% no ano. Outras empresas do setor, como Gerdau (-2,21%) e Usiminas (-2,61%), também tiveram perdas na sessão, mas conservando ganhos robustos no mês, de 8,35% para Gerdau PN e de 13,77% para Usiminas.
Na véspera do aniversário de um ano da ruptura da barragem de Brumadinho (MG), e agora pressionada pela incerteza em torno da China, a ação ON da Vale fechou hoje em queda de 3,06%, a R$ 53,80, ainda acumulando ganho de 0,94% no mês, e com perda de 5,61% na semana.
“Com a renovação da máxima histórica, o movimento de hoje foi corretivo, em função da cautela externa com o coronavírus”, diz Luana Nunes, analista da Toro Investimentos. “Há muita incerteza ainda em torno dessa doença, então é natural travar um pouco e colocar algum dinheiro no bolso antes do fim de semana, para ver como as coisas evoluirão nos próximos dias”, diz um operador. “Com a piora em Nova York, o Ibovespa caminhou junto aqui ao longo da sessão”, acrescenta.
O petróleo segue como o ativo mais ferido pela aversão a risco suscitada pela doença, com os contratos do Brent para março já na casa de US$ 60 por barril, em baixa superior a 2% nesta sexta-feira, após perdas significativas nos dois dias anteriores. Assim, Petrobras ON fechou hoje em baixa de 0,38% e a PN, de 1,01% – no mês, acumulam respectivamente perdas de 2,78% e 2,92%.
Por Luís Eduardo Leal
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