A multinacional alemã Biochem, fabricante de produtos para nutrição animal, busca reforçar a sua atuação na América Latina com foco na operação brasileira. “A ideia é fazer do país um hub para nossa atuação no continente, como centro para desenvolvimento de aditivos e para exportação para outras regiões”, afirma o diretor da Biochem na América do Sul, Paulo Oliveira, ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
A frente de atuação no País continua em São Paulo e no interior do Estado, com presença ainda incipiente na região Sul e objetivo de entrar no Centro-Oeste.
O carro-chefe da companhia na região é a comercialização de aditivos especiais complementares para alimentação animal, como minerais orgânicos, prebióticos, probióticos e simbióticos, voltada especialmente à linha de ruminantes e de aves. “O produtor busca, cada vez mais, maior produtividade, porque precisa entregar a carne o ano todo, independentemente de estar na safra ou entressafra. Diante desse cenário de industrialização do setor, procuram ingredientes suplementares”, acrescenta Oliveira.
Segundo ele, os dois primeiros anos de atuação no País serviram para conhecimento do mercado, registro de produtos e estruturação da empresa. Agora, a Biochem espera impulsionar as vendas no Brasil – principal mercado da região – e, consequentemente do continente. “Até 2019, nossa receita na América Latina foi irrisória.
Para este ano, esperamos faturamento de 1 milhão de euros (cerca de R$ 4,6 milhões) puxado pela frente no Brasil. Já em 2021, devemos atingir 6% de participação do faturamento bruto global”, estima. Em 2019, a receita bruta global da multinacional foi de 100 milhões de euros.
O incremento da receita deve vir da liberação de novos registros de produtos. Dos 100 aditivos que a empresa tem, atualmente apenas cinco têm licença para comercialização no Brasil. No primeiro semestre, mais oito devem ser regularizados, prevê Oliveira. Até o fim do ano, a empresa espera ter 18 a 20 produtos liberados no País.
Eles são fabricados na Alemanha e importados para o Brasil. Em paralelo, a Biochem não afasta a possibilidade de industrialização própria no País e já trabalha com equipe técnica nacional para desenvolvimento dos aditivos locais em médio e longo prazo. Isso porque, a empresa considera que não adianta trazer o pacote pronto da Europa, sem ajustar à expertise e tecnologia já aplicada pelo cliente local.
Instalada no Brasil desde outubro de 2017, com sede em São Paulo, a empresa espera também poder conhecer e acompanhar a necessidade de produtores sul-americanos por meio da demanda do pecuarista brasileiro.
“É um mercado extremamente competitivo e exigente por proteína animal barata e de alta qualidade. É um modelo que pode ser espelhado para outros países, com pequenas adequações às características de cada local”, comenta o executivo. Além do Brasil, a companhia atua na Argentina, Colômbia, Equador e Uruguai. No segundo semestre deste ano, pretende chegar no México, Chile e Peru.
Hoje, a companhia está presente em mais de 70 países, tem na Europa a base para desenvolvimento de seus produtos e vê nisso um diferencial para alcançar o produtor sul-americano.
“Estamos dentro do centro consumidor, conectados às necessidades do comprador europeu, desde à redução de antibióticos a exigências fitossanitárias e de segurança alimentar. Isso, sem dúvidas, ajuda o pecuarista latino na conquista por este mercado com amparo legal”, comenta Oliveira.
Segundo ele, não somente os exportadores, como os produtores em geral buscam se adequar às tendências europeias de consumo.
Por Isadora Duarte
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