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Recuperação externa ajuda Ibovespa, mas coronavírus e Petrobras ficam no radar

A recuperação das bolsas em Nova York permite alívio na B3 nesta quarta-feira, 22. A reação rápida do governo chinês para tentar conter o espalhamento do coronavírus, que começou na região central da China, traz um pouco de alívio aos investidores, que na terça-feira, 21, fugiram de ativos de risco. Isso porque na época da SARS, outro tipo de coronavírus, que acometeu o país em 2002, houve uma tentativa inicial de Pequim de encobrir o caso. Às 11h32, o Ibovespa subia 0,65%, aos 117.784,89 pontos.

Depois da correção da véspera, quando o Ibovespa caiu 1,45%, aos 117.026,04 pontos, devolvendo parte dos ganhos anteriores, o dia é de alta, em sintonia com os mercados americanos, diz Ricardo Cavalieri, estrategista de ações do BTG Pactual Digital.

Conforme o estrategista, o risco de contaminação do coronavírus, que começou a ganhar força nos mercados ontem ainda está sendo precificado. “O assunto é preocupante pois ainda não se sabe o risco de espalhamento, é um vírus relativamente novo, e não sabemos até onde irá, se afetará mais países. O mercado está tentando entender”, acrescenta.

Os EUA confirmaram a primeira infecção por coronavírus. Hoje, a Comissão Nacional de Saúde da China informou que o novo coronavírus já infectou 440 pessoas e provocou ao menos nove mortes.

Apesar do sinal positivo aqui e nos EUA, os investidores seguem cautelosos, dadas as possibilidades de contágio maior do vírus, especialmente porque neste momento milhões de chineses se preparam para viajar durante o feriado de ano novo lunar.

Ainda que a expectativa seja de alta do Ibovespa, isso não significa que será uma tendência, como observa em nota a MCM Consultores, ao afirmar que “a sustentação do movimento é incerta”.

A agenda de indicadores não ajuda, já que segue esvaziada. O investidor continua atento ao Forum Econômico Mundial em Davos (Suiça), onde o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem ao longo do dia agendas bilaterais com executivos estrangeiros, na tentativa de “vender” o Brasil.

O mercado deve monitorar eventuais desdobramentos do processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciado ontem no Senado norte-americano, acrescenta relatório do Bradesco. “Os investidores também devem avaliar a temporada de resultados corporativos nos EUA, que trouxe um pouco de otimismo às bolsas ontem. Sem nenhum driver internamente, deve acompanhar o exterior”, completa o estrategista de ações do BTG Pactual Digital.

A falta de rumo das commodities – minério em alta e petróleo em queda – impede ganhos mais robustos na Bolsa, que tem ainda notícias corporativas que estão no radar. Dentre elas está a envolvendo a Petrobrás. A Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) proferiu decisão desfavorável em processos administrativos fiscais que tratam da cobrança de PIS/Cofins-Importação sobre as remessas ao exterior para pagamento de contratos de afretamento em 2011 e 2012.

No horário citado acima, Petrobras PN e ON tinham sinais mistos, de recuo de 0,41% e de alta de 0,42%. Já Vale ON subia 0,34%.

Por Maria Regina Silva

Estadão Conteúdo

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